O que define uma amizade, uma relação amorosa, um vínculo é saber que, sim, podemos contar com o outro quando precisarmos. Ele sempre estará lá para nós! Não importa a distância, não importa o tempo. Se precisarmos de algo, só uma certeza deve imperar: o outro estará lá para nós.
E isso é tão verdadeiro que é essa também a base da fé! Você já deve ter ouvido: “Bem aventurado os que choram, porque estes serão consolados”. Pois é! Se ele, Deus, está lá para nós – porque não o outro? Bem, posto isso, dá para compreender que nem toda relação complicada deve ser descartada.
Não! Não é porque há problemas na relação que devemos virar as costas e ir embora. Essa é sempre uma decisão simplista, nem sempre fácil, mas simplificada… A questão é decidir sem avaliar a origem do problema. Ele, afinal, pode estar em nós e não estar no outro.
Análise
Então tanto faz quem é esse outro se não pararmos para analisar o que fazemos como agimos e o que provocamos na relação.
Você leitor, deve se lembrar de histórias do tipo da Simone e do Leo. “Eu fiquei com ele durante X anos e ele nunca falou em casar. Depois que nos separamos, ele casou e até já tem um filho!”.
Algo mudou nele ao se relacionar com essa nova outra… Algo permaneceu na postura da Simone que a fez encontrar outros amores sem sucesso… Ou então o contrário: Márcia e Jonas viviam uma relação que era um verdadeiro inferno na terra, o que segurava um e outro era a decisão pelo amor.
A Márcia, por isso, nunca desistiu de lutar por ele. Ele – é verdade – era difícil. Mas uma coisa era certa: juntos, construíam… Enfim, depois de alguns anos tudo mudou. Eles irradiam amor. Estão felizes. Algo mudou nele e nela que permitiu a relação fluir…
Então, de novo, a importância do autoconhecimento, do que podemos e não podemos, é fundamental para que a relação evolua. Se entendermos isso, fica mais possível mudar a escolha ou até mesmo a atitude. Ou seja: se somos responsáveis por 100% do que acontece na nossa vida, a forma como agimos provoca o que recebemos.
Fique então atento para a forma como se relaciona, tenha em mente que mudar de relacionamento como quem muda de roupa pode não levar a lugar algum, a não ser onde já estamos e ignoramos.
E no que diz respeito a relações complicadas, isso é mais que verdadeiro.
Tô nem aí
Tenho um amigo que sai com uma garota que lhe dá todos os sinais do tipo “não estou nem aí”. Eles viajam juntos e ela só pensa em se divertir, comprar, passear – não o inclui em nada – não lhe dá carinho, não está disponível.
Quando voltam, ela fica semanas sem lhe telefonar, sem lhe enviar uma mensagem, sem nada. Quando ele liga, ela não atende. Ou melhor, só atende se estiver com vontade. E raramente está. Então, nessas poucas ocasiões, é carinhosa, enche o pobre de ilusão e depois… Depois, silêncio.
Está ocupada com seus projetos, seu trabalho, sua casa, sua vida… O outro, bem, ele que espere – se quiser. Só falta ela sair por aí com uma placa: NÃO QUERO NADA COM VOCÊ! O resto ela faz e faz bem.
E ainda assim, pobre, ele é leal, espera, sofre e pensa que um dia ela irá mudar… Será?
Essa história é totalmente diferente das que coloquei acima. Elas possuíam problemas, mas sabiam-se um do outro. Havia intrínseco na relação à decisão por permanecer juntos. Nesse outro caso, não há nada! Só uma grande ilusão e uma troca de interesses.
Conveniências
Da parte dele, para continuar seu caminho solo sendo a vítima de uma situação que não se resolve. Da parte dela , para manter o outro aprisionado porque lhe faz bem ao ego, à vaidade. Então, dá para comparar uma relação complicada e outra? Dá para decidir sair de uma ou outra da mesma forma? Temo que não.
E, por isso, escrevo esse artigo esta semana. Fico muito atenta aos comentários que me chegam e percebo uma falta de fé na vida, no outro, na relação, na possibilidade de viver uma história, ao mesmo tempo em que muitos outros não conseguem se enxergar como parte do problema e jogam toda sua infelicidade ou felicidade nas mãos do outro…
Acreditar
Se não acreditarmos que pode dar certo, não vai dar. Se entrarmos em uma relação achando que esse não é o cara, não vai ser. O melhor é escolher certo de uma vez. Entrar porque essa é uma decisão e, a partir daí, crescer, evoluir, ampliar o que vai dentro. E, nesse sentido, não vale deixar espaços abertos para entrar e sair de acordo com o vento…
Um relacionamento demanda decisão, concessão, respeito, cuidado e, é claro, amor. Por isso, QUEM AMA NÃO MATA. Não maltrata, não machuca, não descuida, não ignora, não desaparece. Se for isso o que está vivendo, vale rever o que está escolhendo e incluindo na sua vida.
Às vezes, quando tudo é muito, muito complexo, o melhor mesmo é focar em si mesmo. Nos sonhos, no milagre que é estar vivo. O outro poderá ou não acompanhar. Poderá ou não entender que está agindo mal. E, isso, isso é outro problema, outra história.
O bom é que se entendermos que trazer a energia e o foco para nossa vida nos faz mais fortes, mais íntegros, mais equilibrados. Ficar ou não na relação complicada já não terá tanta importância… Esse não precisa ser o foco de uma vida… Com o tempo, vamos aprender que experimentar o amor nos alimenta muito mais do que experimentar a dor…
Escolhas, sempre escolhas.
FONTE: MINHA VIDA
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