“Costuma-se asseverar que a distinção entre o homem e o animal é a
inteligência, com o que ousamos discordar, com todo respeito aos conhecimentos
tradicionais. Grande parte dos homens, detentores da capacidade de pensar com
continuidade e de decidir sobre suas ações, estão agindo à semelhança ou pior
que os irracionais, em plena ausência de ética, na quase total incapacidade de
escolha”.
ERMANCE
Conheço humanos que odeiam
outros humanos da mesma instituição. Pessoas que não suportam outras pessoas.
Equipes desunidas, sem diálogo, sem perdão, sem planejamento algum das
atividades que executam e muito menos avaliação do que foi feito. Gente que se
diz no projeto de Deus, mas nutre sentimentos como inveja, rancor, raiva,
egoísmo, magoa e soberba. Pessoas que dizem imitar Jesus, mas não conseguem
superar a mesquinhez da competição com outros que estão no mesmo projeto.
Gente que quer ser grande
maior do que Deus e que se coloca acima de qualquer mensagem cristã.
Existem pessoas assim. Existem instituições assim. Este tipo de situação tem
sido o maior problema na relação entre humanos no ambiente de trabalho. Gente
que não dialoga e que parece ser dono do Projeto... Nenhuma instituição consegue
ser discípula e missionária se antes de tudo, não for uma comunidade calcada
nos princípios sólidos das relações que Jesus Cristo estabeleceu com as
pessoas.
Muitos projetos belíssimos
naufragam antes mesmo de serem experimentados, por causa de birras, melindres,
picuinhas e desavenças entre aqueles que deveriam ser protagonistas de uma
mensagem diferente e não destruidores. Sirvo-me de uma poesia do poeta Luizinho
Bastos que trata sobre a sábia harmonia da natureza. O texto é um “tapa de
luvas” em muitos de nós, humanos, pessoas e cristãos, que não sabemos lidar com
outras pessoas. As vezes, sem perceber, nos colocamos como figuras principais
de um roteiro onde o personagem primeiro deve ser sempre o mestre Jesus.
O poema diz assim...
Nenhuma estrela
subestima outra estrela; algumas brilham mais, outras brilham menos, mas nem
por isso são adversárias.
Nenhuma ave julga o vôo
ou o canto de outra ave, todas são livres para cantar e voar.
O lírio não inveja a
orquídea, e esta não menospreza o botão de rosa prestes a desabrochar, pois
todos perfumam conforme seus dons e carismas.
Não há rivalidade
entre as árvores; se uma dá mais frutos ou se outra demora anos para produzir.
A seiva é igual em todas; não faz distinção nem discriminação.
O sol não se incomoda
com o passeio das nuvens, pois a chuva tem sua vez e a sombra tem seu espaço.
Na fauna, nenhum
animal se envergonha por não saber nadar ou por não saber voar. Alguns são mais
ferozes, outros mais pacatos e amorosos, porém não reclamam do que têm, nem de
como vivem, não desperdiçam o que lhes é dado.
Qual a razão de tanta
desarmonia social?
Como podemos amadurecer se
nosso íntimo está em ruínas ou ate mesmo doente?
Contemplemos a sábia harmonia
da natureza. Percebamos que existe uma característica para cada organismo, um
espaço para cada espécie, um dom para cada ser; e nesse cenário de perfeita
sincronia e harmonia, há algo de infinito em que devemos participar e construir
com nossos gestos e virtudes.
Oxalá, sobre toda a mística
universal que nos rege nós, seres humanos, possamos nos aproximar de um
passarinho sem que ele fuja, de uma planta sem feri-la, conviver com os animais
sem agredi-los, respeitar a vida e os direitos dos semelhantes, oferecendo-lhe
flores, poemas, sorrisos, canções.
Então a natureza contemplará a
sábia harmonia dos seres humanos.
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¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : Luizinho Bastos -
Poema sábia harmonia da natureza
³ Fonte imagem : https://pt-br.facebook.com/
Written by
Eduardo Campos all rights reserved.