Era uma sexta-feira. Cidade do interior. Uma reunião
importante levara aquela advogada e sua assessora até ali.
As
duas tinham passagem marcada para o voo das 19h30, em outra cidade. Seriam duas
horas na estrada até chegar ao aeroporto.
A
reunião tardou além do previsto e ambas tomaram um táxi, pedindo pressa.
O
taxista se dispôs a driblar o tráfego intenso da rodovia, enveredando por um atalho
em estrada não asfaltada. Dizia conhecer bem o caminho, que lhes abreviaria a
chegada ao destino.
Não
demorou muito para as jovens perceberem que aquela ideia não fora nada boa. A
estrada era ruim e foi ficando pior. O carro começou a arrastar-se lentamente,
e, por fim, o motor deu seu último suspiro.
Ninguém
nas redondezas que pudesse auxiliar. E a chuva começou a cair. Pouco depois,
uma caminhonete dos correios passou e, ao aceno de Lídia, a assessora, parou.
No entanto, o servidor público escusou-se dizendo que não poderia levá-las em
seu veículo. Era contra o regulamento da empresa.
O
desespero foi chegando devagarinho. Perderiam o voo, com certeza. Nisso, surgiu
a salvação. Um pequeno caminhão carregado de sacos de milho até o teto e no
banco traseiro da cabine. Antes que elas acabassem de explicar todo seu drama,
o motorista foi dizendo: Bom, se as senhoras não se importarem, não tem
problema...
Ambas
jogaram suas malas por cima do milho e se acomodaram no banco dianteiro. Livres
da chuva, logo verificaram que aquele transporte também não desenvolvia boa
velocidade.
E
os ponteiros do relógio avançavam sempre mais rápidos.
Para tornar a situação ainda mais tensa, o
motorista, em certo momento, fez um comentário: As senhoras não deveriam andar
por esta estrada. Este é o caminho do tráfico.
Por
fim, estressadas, roupas e cabelos molhados, chegaram ao aeroporto, em cima da
hora do embarque.
A advogada trazia em
mãos uma sacola de uvas, que lhe havia sido presenteada por um dos colegas.
Desejando
agradecer àquela alma generosa que desviara sua rota para as deixar no
aeroporto, ela lhe ofereceu as uvas. Também uma nota de cinquenta reais.
O
homem simples avaliou a situação e respondeu: Dona, as uvas eu aceito. Mas, o
dinheiro, não. Eu fiz esse favor com o coração. E, tornando a ligar o motor do
seu pequeno caminhão, se foi, abrindo caminho entre carros particulares, táxis
e ônibus que deixavam passageiros naquele terminal.
Refletindo com Edu!
Pessoas
corretas, desejosas de auxiliar o próximo existem muitas. Por vezes, ante
tantos noticiários tristes de assaltos, corrupção, desonestidade, esquecemos
que homens e mulheres de boa índole somam-se às centenas neste imenso mundo de
Deus.
Encontram-se
em toda parte, à espreita de uma oportunidade de servir. Sequer declinam seus
nomes. Simplesmente auxiliam. E, depois, com a mesma simplicidade, retomam seu
caminho e suas vidas, que, a muitos, podem parecer pequenas.
Almas
simples, almas boas.
Pense com Edu! Quantos
de nós já fomos auxiliados, em algum momento, por uma dessas, em nossa jornada?
Filhos
de Deus, servidores do bem. Pessoas que prestam favores com o
coração.
Exemplos
de que nós também, onde nos encontremos, podemos agir de igual forma.
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participação. Um abraço fraterno a todos do amigo Eduardo Campos
¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : Ordem dos Advogados do Paraná. Em
24.6.2015.
³ Fonte imagem :http://4.bp.blogspot.com/uf_PEL3DFfo/s1600/cora%C3%A7%C3%A3o-benigno.jpg
Livro de Referência: Com base no artigo O coração entre o
milho e as uvas, da Revista da Ordem, de 30.3.2015, ed.
Written by
Eduardo Campos all rights reserved.
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