Não tenho recursos para definir o que
Nossa Senhora de Nazaré significa ao meu coração. As palavras humanas nem
sempre dão conta de dizer o que sente a alma! Por isso receba essa singela homenagem...
Os olhos se enchem de
lágrimas e o coração de emoção. Não tem como não se encantar. Dois milhões de
pessoas a uma só voz aclamando a Nossa Senhora de Nazaré. Só quem já viu de
perto é capaz de perceber a dimensão familiar, social, econômica, psicológica,
religiosa e de mobilização de massa que tem essa magnífica procissão...
Eis dois belos poemas
de João de Jesus Paes Loureiro e Betha Mendonça que adaptei e dedico a todos os
dois milhões de devotos e a você amigo e leitor do blog Educar Para Humanidade.
Senhora da Berlinda
O Círio vai passando como um rio.
Uma verdadeira Piracema da fé na rua
que é rio...
Passa a Barca das Girandas dentro dos
túneis de mangueiras.
Passa a Barca dos Milagres roçando nas
folhas de mangueiras.
Passa a Barca dos Arcanjos com nuvem
de anjos passando entre mangueiras.
A Virgem na Berlinda Em meio à
multidão quisera eu ser tão só um desses lírios em teu andor, para estar a teus
pés para sentir teu perfume que encanta como uma flor.
Quisera ser essas folhas de mangueira
à tua passagem e te roçar de leve com meus lábios. Quisera ser esse raio de sol
por entre as folhas, para tocar tua imagem e te aquecer.
Quisera ser essa brisa das manhãs de
Belém, para agitar levíssimo o teu manto.
Quisera ser um hino a rebrotar dos
lábios das crianças. Um hino em teu louvor!
Quisera ser os passos da paixão te
acompanhando, como o peixe acompanha a procissão das águas, como o tema da
canção que passa por entre a melodia.
Quisera ser as sílabas do amor para a
linguagem ser dos que te amam.
Círio de Nazaré
De todos os cantos vêm peregrinos,
Coração pulsando de alegria de fé,
Gente do povo, autoridades, cabotinos,
Religiosos, celebridades, nobreza e
ralé,
Irmanados são como filhos pequeninos,
A homenagear Nossa Senhora de Nazaré.
Outubro, bem no segundo domingo,
A cidade acorda de madrugada,
Orvalho da noite ainda em respingo,
Fogos no céu em voo de passarada...
A procissão deixa a Catedral de Belém,
Milhares de romeiros seguem a pé,
A berlinda com a “Santa” no vai e vem,
Atrelada a uma grossa corda como uma
galé,
É puxada por promesseiros que dizem
amém.
No trajeto há fogos, chuvas de rosas,
Papéis picados, cânticos e orações,
Aplausos, gritos, alegrias extremosas,
Lágrimas, prantos e grandes comoções,
Em mais de dois milhões d’almas
preciosas...
Até a chegada na Basílica Santuário,
Todos cumprem seus rituais pessoais,
Do promesseiro ao aguadeiro solitário,
Dos governantes ao assessores gerais.
Meus amigos “Nazinha” é alguém assim.
Ela perfuma muitas vidas com sua luz e suas
cores.
A minha, foi uma delas.
E o perfume é tão bom, tão gostoso, tão
branco, tão delicado, que ele mudou de frasco, mas ele continua vivo no
meu coração...
E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma
forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de
Nossa Senhora de Nazaré, para nos abençoar e falar de seu amor....
Eduardo Campos
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