No
dia 14 de março de 2004, um fato ocorrido em Recife, capital pernambucana, no
Hospital da Restauração, o maior Pronto-Socorro público do Nordeste, se tornou
notícia nacional. A reportagem dizia o seguinte: Uma mulher que levou um tiro
no coração sai andando do quarto do hospital! Quem viu a cena ficou imaginando:
Como é possível alguém escapar vivo de uma situação dessas? Naquela
segunda-feira de carnaval, o cirurgião João Veiga só deveria dar plantão às
quatro horas da madrugada. Mas ele teve insônia e resolveu ir mais cedo para o
trabalho. Era para chegar na Unidade de Trauma às quatro horas da manhã. Voltei
à meia-noite, contou João. Uma hora depois, a turista israelense Moran Bomflek
deu entrada na emergência baleada no coração, em estado gravíssimo. Ela não
respirava, o coração não batia, a pupila estava dilatada, quer dizer, o cérebro
estava sofrendo. Então é morte aparente. Não tinha nenhum reflexo, lembrou o
cirurgião.
Um
plantonista “menos experiente” poderia ter dado o caso como perdido. Mas João
Veiga, dezessete anos de profissão, agiu rápido: abriu o peito de Moran e
tentou um procedimento arriscado. Massageou o coração da paciente com as
próprias mãos. Eu só fiz puxar um pouquinho o coração para expor melhor a lesão
e fiz dois pontos. Costurei a parte atingida e o coração ficou sem bater. Foi
aí que eu comecei o procedimento de massagem cardíaca, ou seja, segurar o
coração e ficar fazendo um movimento em torno de dois a quatro minutos, relatou
o médico. A vida da paciente dependia de uma transfusão de sangue, urgente. O
tipo de sangue necessário já estava disponível. Eu tinha pedido, há vinte
minutos, sangue para outra paciente que estava estável, mas precisava de sangue
e, quando esse sangue chegou para a outra paciente eu usei para ela. O sangue
"O" negativo, que foi fundamental, contou Dr. João...
Refletindo com Edu!
Importante
lembrar que o médico, que deveria chegar ao hospital somente às quatro horas da
madrugada, teve insônia e resolveu ir logo para o trabalho. Somente um
profissional que ama o que faz é capaz de tomar uma decisão dessas. Ele poderia
ter ficado em casa descansando, assistindo televisão, ouvindo música, fazendo
algo para passar o tempo... Mas ele preferiu ir para o hospital. Diga-se, um
hospital público.
Não
é de admirar que um homem com tamanha competência e humildade, tenha tanto
amparo do Alto em suas tarefas. Por causa da sua extremada dedicação, ele havia
solicitado sangue para outra paciente e isso o ajudou a salvar uma vida. Sem
dúvida, podemos afirmar que não houve sorte nem coincidências. Houve
competência e dedicação, aliadas à Providência Divina.
Acostumado
a lidar com casos graves, João Veiga não quer ser tratado como herói. Mais uma
prova de que ele é realmente um grande homem, um profissional competente e um coração
generoso. Ao final da reportagem, João Veiga diz, com simplicidade e sincera
humildade: Eu gosto de fazer exatamente
isso, foi para isso que eu treinei. Somente pessoas verdadeiramente
abnegadas conseguem fazer coisas grandiosas com a naturalidade de quem resolve
pequenas questões. Um fato que nos leva a crer que este mundo tem jeito. Que
existem profissionais que desempenham suas tarefas com competência e dedicação.
E, acima de tudo, que Deus atende Seus filhos através dos Seus filhos, sejam
eles médicos, cientistas, agricultores ou simplesmente um homem bom. Pensemos
nisso!
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¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - com base em reportagem exibida
na Rede Globo, no Programa Fantástico, do dia 14/03/2004.
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
Written by
Eduardo Campos all rights reserved.
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