Antes Mal Acompanhada Do Que Só?
A expressão "Antes mal acompanhada do que só", foi usada para caracterizar o comportamento de mulheres do início do século, já que a expressão original "antes só que mal acompanhada" não reproduzia o perfil dessas mulheres, cuja atitude era de passividade, submissão e dependência (tanto financeira quanto emocional).
No entanto, tais características comportamentais que demonstraram ser tipicamente femininas, parecem não ter ficado integralmente no passado, como possamos imaginar. Sabe por que? Porque aquelas mulheres continuam aqui entre nós, em nova versão. Elas podem ser uma de nós, numa caricatura moderna, independente, competitiva, sensual. Porém, como toda caricatura, conserva alguns traços que revelam semelhança com aquela mulher do passado.
Observamos, na prática, que, ainda hoje, a expressão pode ser usada com a mesma propriedade que no passado, uma vez que encontramos um número surpreendente de mulheres que escolhem casar ou conviver intimamente, com parceiros que absolutamente não têm a ver com elas e nada possuem para lhes oferecer, além da falsa ilusão de um companheirismo. Falsa porque o autêntico companheiro é aquele que oferece presença, solidariedade, dá compreensão e carinho, está naturalmente atento às dificuldades e carências e, valoriza o diálogo. Ao contrário de qualquer atitude que seja interpretada como um gesto de amor, esse "companheiro" é alguém grosseiro, egoísta, destrutivo, violento, insensível e, ainda assim, é ao lado dele que essa mulher, da qual falamos, escolhe querer estar, incondicionalmente.
O que se percebe é o imenso conflito de emoções de uma mulher que parece conhecer muito bem esses sentimentos de hostilidade.
Se por um lado, dói reconhecer o desamor, por outro, descobre a identidade que tem com essas sensações e não lhe parece tão desconfortável, embora saiba que não dá para ser feliz. Mas, quanto mais for complicado e difícil romper com essa relação, mais características de conflitos antigos parece conter. Esses relacionamentos conflitados, em geral, refletem uma infância onde, provavelmente, tenha sido exigido muito esforço para ser amada, protegida, valorizada e, através de um relacionamente desses, a mulher tenta, inconscientemente, resgatar ferimentos antigos, tentando, de volta, a oportunidade de ciacatrizá-los. Esse homem, simbolicamente, representa a falta, a indiferença, a rejeição de uma experiência bastante familiar e, qualquer tentativa de rompimento com essa dor emocional, envolve a ameaça de sentir-se remetida a um lugar da infância que conhece tão bem e do qual tem um medo intenso que é o de ficar só e reviver um sentimento antigo de abandono.
FONTE: Angela Corrêa
Um comentário:
A solidão costuma ser temida pelas pessoas, mas em certas situaçoes ela é uma otima companheira. Não se pode viver em função das pessoas , a nao ser de se mesma. A questao nao é se lamentar pelo q ja acabou e sim recordar os bons momentos vividos.
Admiro o trabalho do artesão q ao fazer um artesanado se dedica naquela obra moldando ate chegar a sua forma, mas se algo nao sair bem, o artesão distroi e constroi outra melhor. Imagina se ele nao destrisse, como ficaria o artesanato?..Trazendo p/ a nossa realidade faça como o artesão ao construir um relacionamento com deicação, amor e carinho....nao teu certo ...Pow! valeu o esforço..levanta e constroi outro melhor.
Muito bom Edu ...Parabens
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