“Quando as dificuldades enfrentadas
são muito intensas ou ocorrem num curto intervalo, sem que tenhamos tempo para
nos recuperar, mesmo os mais equilibrados dificilmente conseguem absorver e
elaborar os problemas, e o sofrimento se expressa no Corpo de alguma forma”.
Wilson
de Campos
No dia-a-dia
observamos pessoas que adoeceram gravemente após terem tido um grande problema na
vida. Cada vez mais, nos últimos anos, tem sido reconhecido o fato de que
fatores psicológicos participam do aparecimento e curso de patologias físicas.
Reconhecidamente, o
estresse tem papel importante no desenvolvimento de doenças, tanto físicas
quanto mentais. Esse estado, porém, parece impreciso, às vezes até mesmo para
psicólogos. Nesse sentido, a psicossomática tem se mostrado uma opção para a
compreensão dos processos mentais envolvidos no adoecimento físico.
Em 1963, Pierre
Marty, então presidente da Sociedade Francesa de Psicanálise, e seus
colaboradores publicaram o artigo O pensamento operatório. Em 1972, o
psicanalista Peter Sifneos, professor da Universidade Harvard, introduziu a
noção de alexitimia,que se referia praticamente ao mesmo que Marty.
Ambos os termos significam que, numa situação difícil da vida (como perda ou
separação, falência, ameaça persistente, forte humilhação), é mais comum que
voltemos nosso pensamento para o que aconteceu, muitas vezes independentemente
de nossa vontade, trazendo lembranças, imaginando consequências e tirando
conclusões. Com isso, elaboramos o problema , e não importa se nossas
conclusões são as melhores, nem se nosso pensamento corresponde à realidade, o
que conta é que nossa mente se ocupe do problema.
No pensamento
operatório, no entanto, a mente se volta minimamente ao que aconteceu. A formulação
central proposta pela psicossomática é a seguinte: de qualquer forma o
indivíduo é afetado pelo problema, se sua mente não o elabora, ele atinge o
corpo, o soma, daí o termo somatização.
Fala-se hoje em pessoas "melhor" ou
"pior" mentalizadas.
Para
refletir
Podemos pensar em exemplificar
com dois indivíduos hipotéticos, A e B, relatando como foi seu dia:
A) Tomei café da manhã ouvindo as
notícias.
B) Tomei café da manhã pensando
na discussão ontem à noite com meu filho.
A) À noite fiquei assistindo TV com
minha mulher.
B) À noite fui à casa de minha
mãe e me senti culpado de ter ficado pouco tempo lá, mas ando muito ocupado.
Quando eu namorava, estava com minha mãe e queria logo ir embora ver minha namorada.
No caminho me sentia culpado.
A) No trânsito, fiquei ouvindo
música e pensando em tudo que ia fazer durante o dia.
B) No trânsito fiquei ouvindo
música e uma delas me fez lembrar a vez em que dancei esta música com minha
primeira namorada.
A) Fiquei pensando em C, como será
nossa convivência no trabalho, já que fui promovido e ele não.
B) Fiquei pensando sobre que
faculdade meu filho deveria cursar e na viagem de formatura dele daqui a quatro
anos. Será que vale a despesa?
A) Passei a tarde conversando com
clientes. Quando finalmente fiquei só, pensei em como deveria conversar no dia
seguinte com D sobre o projeto.
B) Passei a tarde conversando
com os clientes.
Podemos perceber que
B é melhor mentalizado em comparação a A, cujo pensamento é voltado a ações e
ao momento presente (poucos dias antes, poucos dias depois). O pensamento de B tem
autonomia, distancia-se das ações, tece relações (ou associações de idéias),
faz incursões pelo passado longínquo ou futuro distante. Em razão das limitações
decorrentes da pouca autonomia e do fato de se ater ao presente, à quantidade
de pensamentos de A acaba, consequentemente, sendo menor do que a de B.
Numa psicoterapia, A
não tem muito a dizer. Mas nos momentos difíceis da vida, A e B não mudam o
funcionamento mental; o pensamento de A continua sendo sumário – mas em
momentos críticos isso prejudica sua saúde física.
Finalizando para recomeçar
Estudos dizem que tudo no nosso
corpo pode ser transmitido, através de dores e doenças.
Veja abaixo algumas possíveis causas de dores e
doenças:
· ALERGIAS: Aparecem naqueles que estão
sempre nervosos e irritados com as atitudes das outras pessoas ou locais que
convivem, ou seja, não toma consciência da própria agressividade. Negação de
poder também é uma causa.
· ANEMIA: Falta de alegria. Medo da
vida. Falta de confiança em si mesma (Atitude “sim, mas…”).
· APARELHO
RESPIRATÓRIO: Pessoas
que estão sempre desesperadas, sempre correndo e que gostam de fazer tudo ao
mesmo tempo. Na maioria das vezes, elas não terminam ou não fazem nada
direito. Sentimento contido, choro reprimido.
·
ASMA: Amor sufocante, incapaz de
respirar por si. Sentindo-se contido. Choro reprimido.
· ARTRITE: Perfeccionismo.
Ressentimentos. Pessoa muito crítica com as outras pessoas que a rodeiam e conservam
por longo tempo. Persistir em algo muito complicado, sem ajuda de ninguém, pode
lhe trazer sérios problemas com os ossos de seu corpo ou então uma artrite.
·
BEXIGA: Mantém a dor para si mesmo.
Prende-se a velhas ideias.
·
BRAÇOS: Emoções antigas. Habilidade
para segurar as experiências da vida.
·
BULIMIA: Ódio de si mesmo.
· BRONQUITE: Ambiente familiar
inflamado. Gritos e discussões. Também o inverso, silêncio demais.
·
CABEÇA: O que nós mostramos ao
mundo.
·
FALTA
DE CABELO: Liberdade.
Poder.
·
CÂNCER: Mágoa profunda.
Ressentimento antigo. Carregando ódios. Grande segredo ou pesar carregando o
eu.
·
CISTITE: Apega a pessoas ou a coisas.
Medo de abandonar velhas ideias.
·
CIGARRO: Substituto da autêntica
liberdade. Fuga da realidade.
·
COLESTEROL: Obstruindo os canais da
alegria. Medo de aceitar ser alegre.
·
COMER
COMPULSIVAMENTE: Procura
de amor de forma superficial.
·
CORAÇÃO: Desequilíbrio emocional. Falta
de amor. Sentimentos reprimidos.
·
CÃIBRAS: Tensão. Medo. Agarrar.
Segurar.
·
CALOS: Conceitos e ideais
endurecidas. Medo solidificado.
·
CALVÍCIE: Medo. Tensão. Tentando
controlar tudo. Não confia no processo da vida.
·
DEDOS: Ego, raiva, medo,
preocupação, perda, tristeza, pretensão.
· DENTES: (cáries dentárias ou
gengivites) Os dentes representam a família. Se você é esteio de sua família e
arca com as responsabilidades e consequências, é propensa a ter problemas com
seus dentes ou a desenvolver uma gengivite.
·
DEPRESSÃO: Culpa, auto castigo,
Agressividade não exteriorizada, Pulsão de morte.
·
DERRAME: Resistência à vida. Rejeição à
vida.
·
DIABETES: Pesar por coisas que poderiam
ter acontecido.
·
DIARRÉIA: Medo, rejeição, fuga.
·
DISCOS
VERTEBRAIS/CIÁTICA: Excesso
de responsabilidades.
·
DISTÚRBIOS
DA MENSTRUAÇÃO:
Rejeição à feminilidade.
·
DOR
CONTÍNUA: Desejo
de ser amado. Desejo de ser abraçado.
·
DOR
AGUDA: Culpa
medo de ser punido.
· DOR
DE CABEÇA: Invadindo
a si próprio. Autocrítica. Represaria. Falta de auto- valorização.
· DOR
NAS COSTAS: Suporte
flexível de vida. Carregando o mundo nas costas. Geralmente essas pessoas
gostam de fazer tudo sozinhas e depois reclamam que ninguém dá uma mãozinha.
(Falta de apoio financeiro na região lombar; culpa: na região dorsal e retendo
o amor, na região cervical).
·
DOR
NOS JOELHOS: Medo de
recomeçar, medo de seguir em frente.
·
DROGAS: Fuga da realidade ou
necessidade de poder ou amor.
·
ENXAQUECA: Medos sexuais. Raiva reprimida.
Perfeccionista. Resiste ao fluxo da vida.
·
ESTERILIDADE: Resistência à responsabilidade
e aos compromissos
· ESTÔMAGO: (problemas digestivos)
Dificuldade de assumir novas ideias e novas experiências. Não consegue digerir
uma situação. Pode ainda significar que esteja totalmente insatisfeito com sua
vida sexual.
· FEMININO,
SÍNDROMES: Negação
de si mesma. Rejeição da feminilidade, da essência feminina.
·
FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo
(a) parceiro (a).
· FÍGADO: Sede de raiva e emoções
primitivas. Pessoa que acumula o sentimento de raiva dentro de si. Procure
liberar sua raiva e não guarde rancor de ninguém, saiba perdoar.
·
FRATURAS
ÓSSEAS: Falta
de firmeza. Inflexível, rígido, prepotente.
·
FRIGIDEZ: Medo, Negação do prazer.
Culpa sexual.
·
GARGANTA: Fale, exponha suas ideias,
mesmo correndo o risco de não ser aceita.
· GASTRITE: Pessoas que guardam para si
os problemas; são, na maioria das vezes, pessoas introvertidas e que demonstram
uma falsa calma e tranquilidade. Incerteza prolongada.
·
GENITAIS: Rejeição sexual.
·
GOTA: Necessidade de dominar.
Impaciência. Ansiedade.
·
GAGUEIRA: Insegurança. Falta de
auto-expressão. Contido. Sem permissão para chorar.
·
GORDURA
LOCALIZADA: Representa
proteção. Para este tipo de gordura, principalmente quando localizada nas
coxas, significa que quando era criança você não recebeu carinho necessário do
colo de sua mãe que com o calor de seu corpo transmitia o amor e a segurança
que precisava. Inconscientemente, esta carência está registrada em seu íntimo
fazendo-o desenvolver algum tipo de gordura localizada.
·
GRAVIDEZ
PSICOLÓGICA:
Conflito entre a sexualidade e a maternidade
·
GRIPES
E RESFRIADOS:
Confusão mental. Desordem.
· HEMORRÓIDA: Medo de tempo determinado. Raiva
do passado. Medo de soltar. Sentimento de estar sobrecarregado.
·
HEPATITE: Raiva. Ódio. Resistência a
mudanças.
·
HERPES: Culpa. Vergonha. Rejeição.
Medo e tensão. Sensível demais.
·
IMPOTÊNCIA: Medo, inveja do próximo.
Pressão sexual. Crenças sociais. Medo da mãe.
·
INFECÇÃO: Irritação. Raiva.
Aborrecimento. Ideias não digeridas.
·
INFECÇÕES
CONTÍNUAS:
Conflitos materializados querendo ser evitados
·
INFLAMAÇÕES: Evitem conflitos
·
INSÔNIA: Medo de sonhar, da morte, de se
desapegar. Não confia no processo da vida.
· INTESTINOS: Representa a libertação de
dejetos. Medo de largar o velho e não ser mais necessário.
·
LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.
·
MENINGITE:Tumulto interior. Falta de apoio
·
MENOPAUSA
E CLIMATÉRIO:Pânico
de não ser capaz de recuperar o tempo perdido
·
NÁUSEAS
E VÔMITOS:Não
aceitação de algo ou alguém.
·
RESFRIADOS: Confusão mental, desordem,
mágoas.
·
RETENÇÃO
DE LÍQUIDOS: Medo de
perder algo ou alguém.
·
REUMATISMO: Sentir-se vítima. Falta de
amor. Amargura. Agressividade física inibida.
·
RIGIDEZ
MUSCULAR:
Pensamentos rígidos. Querer ter o controle de tudo e de todos.
·
RINITE
ALÉRGICA:
Congestão emocional. Culpa. Crença em perseguição
·
RINS: Medo da crítica, do fracasso,
desapontamento. Conflito conjugal.
·
ROER
UNHAS: Castrar
a própria agressividade. Sente medo da sua própria agressividade
·
SANGUE
(Coágulos):
Medo da vida. Não se sente bom o bastante. Alienação.
·
SINUSITE: Irritação com pessoa
próxima.
· TIREÓIDE: HIPER (Sente-se
Humilhado), HIPO (Vontade de desistir de tudo.
Sente-se sufocado)
·
TORCICOLO/CÃIBRAS: Desviar o olhar dos próprios
conflitos.
·
TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular
remorsos.
·
ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser capaz o
bastante.
·
ÚTERO: Falta de criatividade.
· VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.
Não suporta mais o lugar onde vive.
·
VESÍCULA
BILIAR: Impulso
agressivo reprimido que se cristaliza
·
VULVA: sentir-se vulnerável.
¹ Eduardo Campos, Enfermeiro, Esp. em Educação em Saúde e Enfermagem
do Trabalho. Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
Contato: edu.com28@yahoo.com.br
² Fonte texto : Revista Mente e Cérebro - N° 38 / Junho 2013 ...
Artigo: Somos todos “psicossomáticos”
³ Fonte imagem : http://image.slidesharecdn.com/doenaspsicossomticas-100523215454-phpapp01/95/doenas-psicossomticas
Referência: Estudos de psicossomática. Wilson C. L
Vieira.Vetor, 2010.
http://www.alpherat.com.br/blog/pilates/doencas-psicossomaticas/
Written by Eduardo Campos all rights reserved.