“A
infância tem as suas próprias maneiras de ver, pensar e sentir. Nada mais
insensato que pretender substituí-las pelas nossas”.
JEAN-JACQUES
ROUSSEAU
Eram
duas crianças a brincar na praia, na manhã plena de sol. Tinham em torno de
três anos e os olhos atentos das mães as vigiavam.
As
meninas iam e vinham da beira do mar carregando água em seus baldinhos,
construindo formas na areia.
Em
certo momento, uma bola entrou na brincadeira. Ambas a queriam e cada qual segurou
com mais força, tentando tirá-la da outra.
Finalmente,
Ana Clara bateu meio que empurrando o rosto de Sophie e tomou a bola para si.
De
imediato, as mães se aproximaram. Uma, repreendendo a filha pelo mau
comportamento e insistindo que ela pedisse desculpas.
A
outra consolando com carícias a agredida, que fazia carinha de choro.
Mas
não passou muito tempo e lá estavam as duas novamente na areia. Sophie, a
menina que sofrera a agressão, foi a primeira a recomeçar a brincadeira. Com
sua naturalidade infantil, se aproximou da outra, abaixou a cabecinha, olhou-a
no rosto e perguntou:
Você
ainda está muito brava comigo?
Antes
que a resposta saísse dos lábios de Ana Clara, lançou outra pergunta:
Quer
brincar comigo?
E
brincaram até a noite estender seu manto de estrelas e luar sobre a Terra.
Bom
seria se fôssemos como essas crianças, capazes de ensinar, perdoar, esquecer e
prosseguir juntos...
Para refletir
Quando Sophie
se machuca, não importa se é um pequeno ou grande machucado, ela logo chora e
procura o colo da mãe. Chorando, ela informa que está doendo, que aquilo a está
incomodando muito.
Buscando
o colo da mãe, ela deseja ser acarinhada, confortada, auxiliada.
Lição para o Edu:
você não precisa suportar a dor sem chorar. E procure alguém em quem você confia
para ajudá-lo. Pode ser um amor precioso, ou um amigo, um irmão. Enfim, alguém
que lhe dê a mão.
Quando a Sophie cai de um brinquedo e quebra o braço, nem por isso deixa de, ainda com o braço engessado, subir no mesmo brinquedo. Deseja provar que é capaz, que consegue que vai vencer.
Quando a Sophie cai de um brinquedo e quebra o braço, nem por isso deixa de, ainda com o braço engessado, subir no mesmo brinquedo. Deseja provar que é capaz, que consegue que vai vencer.
Lição para o Edu:
Ensina desta forma, que não se deve desistir porque o negócio não deu certo ou
porque foi reprovado em teste de seleção em uma empresa. O importante é não se
deixar abater e continuar a tentar, até conseguir.
Quando Sophie
está com sono, ela se aconchega, fecha os olhinhos e dorme. Se o coelhinho de
pelúcia perdeu uma orelha ou o carrinho quebrou, assim mesmo ela dorme. E no
sono, se permite sonhar. Sonha com lugares lindos, bolas coloridas, muitos brinquedos,
sorvete, brincadeiras e amigos.
Nova lição para o Edu:
se seu corpo assinala que está na hora de dormir, atenda-o. Recolha-se ao leito
e descanse. Depois, você recomeçará as tarefas, e muito melhor. Não se permita
a insônia por causa de coisas materiais. Se os índices da bolsa oscilaram, ou
se sua conta bancária não apresenta tantos dígitos, durma mesmo assim. Seu
corpo precisa recuperar as energias pelo repouso. Depois, você retornará às
lutas, ao trabalho, às melhores decisões. Quando Sophie brinca, ela se permite
entrar em seu mundo de faz-de-conta e mergulha por inteiro. Ela fantasia, fala
com seus bichinhos e bonecos, cria histórias, sonha de olhos abertos. Ela é o “homem”
ou “mulher” que voa, o dono de uma grande fazenda cheia de animais, o
astronauta a caminho do Infinito. Não há limites para a sua imaginação. E isso
a satisfaz, a faz feliz.
Lição para o Edu:
Com isso, diz ao homem que ele nunca deve deixar de sonhar e de perseguir os
seus sonhos. Que deve se concentrar em seus desejos e perseverar. Tudo é
possível àquele que trabalha, prossegue, não desiste.
Pense com Edu! Nunca te envergonhe de falar aos teus filhos sobre as tuas
fragilidades – naturalmente observando os níveis de sua maturidade -, sobre as
lutas que travas portas adentro do seu ser, dos teus medos e inseguranças, para
que eles sintam que seus genitores são homens e mulheres normais, e, por sua
vez, procurem ajudar-te com os recursos de que já disponham. Evitara, assim, a
falsa postura de super-homem ou de mulher-maravilha, que não sofrem, não
choram, não perdem e não comentem erros.
¹ Fundador e Autor: Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo
na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : Momento Espirita.
³ Fonte imagem :http://imagem.band.com.br/f_139781.jpg
Livro de Referência: Repositório de sabedoria. Joanna de
Ângelis & Divaldo Franco. Editora LEAL. 2008
Written
by Eduardo Campos all rights reserved.