A
professora levou seus alunos até os jardins do colégio para lhes falar sobre a
natureza, mostrando-lhes a natureza viva.
Aproximou-se
de um flamboyant, coalhado de flores, e perguntou aos alunos que árvore era
aquela.
Alguns
disseram que era uma árvore, apenas. Outros, que aquela árvore era um
flamboyant, pois em sua casa havia um semelhante.
Um
menino falou que os flamboyants só servem para fazer sujeira na calçada, quando
derrubam as flores, pois isso é o que sua mãe diz sempre. Um garoto disse que seu pai havia cortado
um, recentemente, pois suas raízes racharam o muro de seu quintal.
Mas
Sophie, menina de alma sensível, começou dizendo que via ali muito mais que uma
árvore.
Disse
que via as flores, muito belas por sinal, mas que também podia sentir seu suave
perfume.
Chamou
a atenção para as abelhas que pousavam de flor em flor, e também dos pássaros
que buscavam refúgio em seus galhos aconchegantes. Lembrou que todos estavam sob a sombra
generosa que as folhas propiciavam, e apontou para alguns insetos que
passeavam, ligeiros, pelo tronco gentil.
Falou,
ainda, das muitas vidas que encontravam guarida naquele flamboyant desprendido,
como liquens, musgos, pequenas bromélias e outras tantas formas de vida que ele
podia perceber.
Eis
o que percebo, professora, falou Sophie, com a espontaneidade de uma
pequena-grande poetiza.
A
educadora, ainda embevecida com a aula que acabara de receber, falou
amavelmente: Você tem razão, Sophie. Definir este pequeno universo simplesmente
como uma árvore, é matar toda a sua grandeza e majestade...
Refletindo com Edu!
Existem
pessoas que não percebem os flamboyants floridos em praças, bosques e ruas.
Elas estão muito ocupadas para perder tempo com coisas sem importância.
Existem
pessoas que definem flores e folhas apenas como sujeira indesejável.
Outras
preferem cortar árvores de dezenas de anos, para que não rachem seus muros e
calçadas de cimento.
Existem
também aquelas para as quais os flamboyants representam alguns cifrões.
Cortados, podem oferecer madeira para lenha ou se transformar em belos
móveis.
E
há aquelas pessoas, como a pequena Sophie, que veem muito mais que uma simples
árvore. Veem o autógrafo do Criador, na majestosa obra da natureza.
E você, a que grupo de pessoas
pertence?
Reverenciar
a vida é respeitá-la na sua mais ampla forma de expressão.
Albert
Schweitzer, o notável e mundialmente famoso missionário, médico, musicista e
filósofo da Alsácia, conta, em seu livro autobiográfico intitulado Minha
infância e mocidade: “Achava
inconcebível antes mesmo de frequentar a escola que, na oração da noite, só me
mandassem rezar pelos homens. Por isso,
depois de mamãe orar comigo e dar-me o beijo de boa noite, eu acrescentava, por
conta própria, uma pequena oração suplementar, de minha autoria, em nome de
todos os seres humanos, dizendo: Bom
Deus, protegei e abençoai tudo o que respira, preservai-nos do mal e fazei-nos
dormir tranquilamente”!
Pense com Edu!
Uma
garotinha de apenas cinco anos de idade, com uma consciência lúcida sobre o que
é reverenciar a vida. Apenas uma menina, mas certo de que amar a Deus sobre
todas as coisas quer dizer, em primeiro lugar, respeitar sua obra e todas as
coisas por Ele criadas.
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¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : Albert Schweitzer
³ Fonte imagem : http://www.mensagenscomamor.com/images/interna/new/religiao_mensagens.jpg
Livro de Referência: livro Minha infância e mocidade,de
Albert Schweitzer, ed. Melhoramentos.
Written by
Eduardo Campos all rights reserved.