Um dia perguntaram a um grande mestre que havia ajudado a atingir a iluminação; ele respondeu: “um cachorro”. Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou: “certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma possa d´água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro, então, fez uma cara de assustado, e a imagem o imitou. Ele fez um cara de bravo, e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, durante longo tempo, á água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Em um dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede. Desde então, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com a minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com as imagens que eu ficava projetando nos outros”.
Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma, no qual cada um dos nossos movimentos é mostrado, sem a mínima piedade. E é ai que começo o inferno...Ao invés de encarar-se a verdade e de ver-se a imagem temida do verdadeiro “eu”, tenta-se quebra o “espelho”.
Como é possível quebrar esse “espelho”? Existem muitas formas, mas as cotidianas são: fugir da intimidade, culpar o outro, não assumir as próprias responsabilidades na relação e desacreditar o amor.
Viver com alguém que se ama não é apenas uma oportunidade de conhecer o outro, mas é a maior chance de entrar em contato consigo mesmo. Apenas quando nos vemos é que percebemos o medo de nós mesmo e nos aceitamos como realmente somos. Começamos, então, a nos capacitar para o amor.
FONTE: AMAR PODE DA CERTO
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