A Culpa e Do whatsApp
A esposa: – amor, estamos casados há sete anos; quero uma
prova de amor.
O marido: – claro querida, pode dizer.
Ela: – quero que você lute com um leão e vença, só assim provará que me ama.
Ele: – meu amor, você está louca? Não se vence um leão. Não tem outro modo de provar?
A mulher: – tem. Mostre-me o seu Whatsapp.
O marido: – está bom! Traga logo esse maldito leão!!!
O marido: – claro querida, pode dizer.
Ela: – quero que você lute com um leão e vença, só assim provará que me ama.
Ele: – meu amor, você está louca? Não se vence um leão. Não tem outro modo de provar?
A mulher: – tem. Mostre-me o seu Whatsapp.
O marido: – está bom! Traga logo esse maldito leão!!!
Prós e contras!
Com
a facilidade de estarmos online 24 horas, desde que haja uma conexão boa ou
wi-fi ativa, seu parceiro/parceira sempre estará ali, disponível e pronta pra
receber sua mensagem. Você mal acorda e já dá bom dia; pergunta se dormiu bem,
se está atrasada pro trabalho, o que vai almoçar, com quem foi, como está a
tarde no trabalho, se já chegou em casa, se foi pra faculdade, conta coisas do
seu dia, planejam o final de semana, falam de fatos que aconteceram. Enfim,
existe uma narração quase que em tempo real do que se passa no dia-a-dia um do
outro.
Aí
chega à noite, depois do banho, àquela hora em que você está no sofá ou até
mesmo na cama (o meu caso) e bate àquela vontade de ligar pra namorada pra
contar seu dia e saber o dela. Ops! Mas vocês já não se falaram e contaram tudo
durante o dia? Não dá tempo nem de ficar com saudade e já chega uma mensagem
dela. Você não segura a ansiedade e conta pra ela àquela novidade de onde irão
no final de semana. Mas isso você não iria contar à noite na hora de ligar pra
ela? Ah, pra que ligar, né? Se já podemos falar durante o dia “de graça” ...
Pra
que esperar? Cadê o romantismo de antigamente? As surpresas, a vontade de
chegar o final do dia e escutarem a voz um do outro.
Ele (a) recebeu, leu, mas não
respondeu!
Ihhhh! Essa é uma das piores queixas
que observo quase que diariamente: você envia a mensagem, vê que ele leu, checa
o horário que enviou ao último que ele estava online e … opa! Ele ficou online
depois que leu minha mensagem e não me respondeu, por quê? Será que ele cansou
de mim? O que fiz de errado?
– Você tá estranho comigo. Antes me
mandava mensagem todo dia, toda hora. Há dois dias você fala comigo um pouco
menos do que sempre. Ontem mesmo não me mandou boa noite, antes de dormir...
Acredito
que o whatsapp é uma excelente forma de comunicação que auxilia e ajuda tanto
na vida profissional quanto na pessoal. Mas, vamos com calma. Por que você acha
que muita gente tira a opção de aparecer a hora em que ficou online pela última
vez? Querem privacidade e não pessoas cuidando o horário em que leram,
dormiram, não responderam, etc.
Insegurança ou medo da traição?
A
facilidade que o whatsApp nos traz para falarmos com
nosso amor, também é levada para falarmos com amigos. Aí é que começam muitas
brigas entre casais ciumentos, que em muitas vezes, estão com a razão. Na época
em que você está solteiro/solteira, sua agenda do whatsApp “bomba”.
Grupos diversos, Xavecos, cantadas, papinho furado, flertes são diários. Mas na
hora em que você começa a namorar, tudo isso acaba...
Leva-se um tempo até você começar a
cortar todos os casos antigos e eles se tocarem que você não está mais
disponível. Bloquear os insistentes, é uma excelente opção. Mas todo casal vai
ficar com a pulga atrás da orelha se questionando “será que ele (a) está dando
mole pra aquele (a) fulano (a)?!”. Pode ser que esteja, assim como ela pode dar
bola pro cara na padaria, ele pra colega de trabalho... Relacionamentos
amorosos poderão ser previamente ‘combinados’ como reuniões de negócio: com ou
sem WhatsApp.
Transparência e confiança...
Isso
pode ser um exagero e um atraso. Mas se não se quer disparar a desconfiança no
outro, só há um caminho: a
transparência.,. Não se vai dizer que numa relação a
dois tudo precise ser mostrado ao outro.
Quando
há confiança ninguém precisa mostrar nada. Confia-se e ponto final. Mas isto
cada vez mais vem deixando de ser a regra, aí é que começa outra questão
importante: a confiança... Quando tudo é às claras – mas às claras, não
seletivamente às claras-, a coisa vai bem. Mas muita gente mantém segredos,
códigos, senhas etc. Talvez por isso a “internet” esteja ‘separando’ tantos
casais.
A
tecnologia nova é maravilhosa. Mas o uso dela exigirá uma ética também nova.
Não adianta mais a mera expressão de espanto à indagação sobre o “cochichar” no
WhatsApp. O transparente mostra sem medo. Ou melhor: nunca esconde.
Confie
em si e jamais faça àquilo em que você não gostaria que fizesse com você.
Dormir com a cabeça tranquila e poder colocar o celular, sem senha, em cima da
mesa sem ter medo que uma mensagem possa chegar a qualquer momento é
maravilhosamente saudável pra você e pro seu relacionamento.
Para refletir
Devemos,
portanto, ter cuidado de como utilizar as ferramentas virtuais. As amizades e
os relacionamentos afetivos não devem ser baseados exclusivamente na forma
virtual. As pessoas precisam de contatos pessoais, como abraços, sorrisos,
beijos, toques. A interação direta com o outro permite que os indivíduos se
sintam pertencentes a algum grupo real. A ausência disso gera relações cada vez
mais distantes, impessoais e solidão.
É
dessa forma, presencial, que a nossa rede de apoio, geralmente formada pela
família e amigos próximos, fornece suporte emocional para lidarmos com os
problemas que surgem ao longo da vida. Assim, as pessoas sentem-se menos
solitárias e sozinhas. Quem não gosta se sentir um abraço apertado de uma
pessoa querida ou receber um colo quando passamos por alguma situação difícil?
Para tudo existe um equilíbrio! A vida virtual promove inúmeras recompensas,
porém, não deve se tornar uma fuga para aumentar o distanciamento entre as
pessoas e, consequentemente, exacerbar as dificuldades de cada um.
O
importante é sabermos utilizar, a nosso favor, os benefícios que cada tipo de
relacionamento promove, de modo que possamos viver mais plenamente e próximos
daqueles que amamos.
¹ Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em
Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
Contato: edu.com28@yahoo.com.br
² Fonte texto : observatório geral. [artigo para os jornais o dia
sp e o Anápolis, go]
³ Fonte
imagem : http://www.gloo.udp.cl/wp-content/uploads/nota-whatsap.jpg
Written by
Eduardo Campos all rights reserved.
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