Aprendendo a perdoar
Viver impondo certa “distância psicológica”
às pessoas e às coisas problemáticas, seja entes queridos difíceis, seja
companheiros complicados, não significa que deixaremos de nos importar com
eles, ou de amá-los ou de perdoar-lhes, mas sim que viveremos sem enlouquecer
pela ânsia de tudo compreender, padecer, suportar e admitir.
Nosso
conceito de perdão tanto pode facilitar quanto limitar nossa capacidade de
perdoar. Por possuirmos crenças negativas de que perdoar é “ser apático” com os erros
alheios, ou mesmo, é aceitar de forma passiva tudo o que os outros nos fazem, é que
supomos estar perdoando quando aceitamos agressões, abusos, manipulações e desrespeito
aos nossos direitos e limites pessoais, como se nada tivesse acontecendo.
1º
- Perdoar não é apoiar comportamentos que nos tragam dores físicas ou morais,
não é fingir que tudo corre muito bem quando sabemos que tudo em nossa volta
está em ruínas.
2º
- Perdoar não é “ banalizar e ser conivente” com as condutas inadequadas de
parentes e amigos, mas ter compaixão, ou seja, entendimento maior através do amor
incondicional.
Nos,
muitas vezes, confundimos o “ato de perdoar” com a negação dos próprios
sentimentos, emoções e anseios, reprimindo mágoas e usando supostamente o
“perdão” como desculpa para fugir da realidade que, se assumida, poderia como conseqüência
alterar toda uma vida de relacionamento.
Para
refletir
Uma
das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real é manter-nos a uma certa
“distância
psíquica” da pessoa-problema, ou das discussões, bem como dos
diálogos mentais que giram de modo constante no nosso psiquismo, porque estamos
engajados emocionalmente nesses envolvimentos neuróticos. Ao desprendermo-nos
mentalmente, passamos a usar de modo construtivo os poderes do nosso
pensamento, evitando os “deveria ter falado ou agido” e eliminando de
nossa produção
imaginativa os acontecimentos
infelizes e destrutivos que ocorreram conosco.
Em
muitas ocasiões, elaboramos
interpretações exageradas de suscetibilidade e caímos em impulsos
estranhos e desequilibrados, que causam em nossa energia mental uma sobrecarga,
fazendo com que o cansaço tome conta do cérebro. A exaustão íntima é profunda.
A
mente recheada de idéias desconexas dificulta o perdão, e somente
desligando-nos da agressão ou do desrespeito ocorrido é que o pensamento
sintoniza o equilíbrio. É fator imprescindível, ao “separar-nos” emocionalmente
de acontecimentos e de criaturas em desequilíbrio, a terapia da oração é um método
sempre eficaz, restaura-nos os sentimentos de paz e serenidade, propiciando-nos
maior facilidade de harmonização interior.
Por
nossa capacidade de “gerar imagens” ser fenomenal, é que essas mesmas criações
nos fazem ficar presos em “monoidéias”. Desejaríamos tanto esquecer, mas somos
forçados a lembrar, repetidas vezes, pelo fenômeno “produção-conseqüência”.
Finalizando
para recomeçar...
Não
quero afirmar que desligar-se ou desconectar-se nos
torna insensíveis e frios, como criaturas totalmente impermeáveis às ofensas e
críticas e que vivem sempre numa atmosfera do tipo “ninguém mais vai me atingir
ou machucar”. Desligar-se quer dizer deixar de alimentar-se das emoções alheias,
desvinculando-se mentalmente dessas relações doentias de alucinações íntimas,
de represálias, de desforras ou de problemas que não podemos solucionar no
momento.
¹ Eduardo Campos, Técnico
em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
Contato: edu.com28@yahoo.com.br
² Fonte imagem : http://www.bloguesia.com.br/wp-content/uploads/2011/12/perdao
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5 comentários:
Olá Eduardo, me responde uma coisa, você psicólogo? Se for onde atende? Gostei muito do teu texto sobre o perdão... Gostaria de dividir contigo uma situação, tenho lutado sempre pelo perdão da minha esposa ,hoje sou um homem de deus tenho buscado a presença de Deus pra minha família sempre ,não tenho vícios ,gosto de ficar em casa ,tenho sempre ido as cultos de domingo ,mas minha esposa continua com a ideia de se separar ir embora dizendo que precisa de tempo pra ela, bem tenho sofrido muito com isso ,estou casado a 10 anos, e amo minha esposa eu e minha filha de 10 anos estamos sentindo muito com isso .gostaria de sua ajuda...
Boa Noite! Gostei muito do seu texto, gostaria de te fazer uma pergunta: Por onde o perdão começa? Será que é pelo pensamento? Como devemos agir para conseguir essa maravilha? Se você puder me dar algumas dicas agradeço. Beijos.
Realmente Eduardo lendo os comentários no seu face, você foi perfeito mesmo escrevendo esse texto... Como você diz para alcançarmos o perdão real é necessário manter-nos a uma certa “distância psíquica” da pessoa-problema, ou das discussões, bem como dos diálogos mentais que giram de modo constante no nosso psiquismo... imagina quando nos deparamos com pessoas falsas, hipócritas ao nosso lado que usam de artimanhas mais nos trair pelas costas, mais aprendi com Jesus quando se põe o coração e a confiança em Deus não nos decepcionamos com o homem.
Oi Eduardo o meu marido no passado me traiu varias vezes ele fala que não faz mas isso que e pra mim confiar nele pôs fazemos parte de um grupo da igreja. Gosto muito dele tento perdoa, mas não consigo confiar. O que eu faço?
Eduardo lendo seu texto sobre como perdoar lembrei o quanto sofri muito com uma mágoa que tinha do meu pai, pois ele agredia a minha mãe, a mim e os meus irmãos, e eu não sabia como lidar com isso. Pedi ajuda a amigos, e eles me orientaram a sempre orar por ele. Hoje não moro mais com ele, mas sinto uma grande diferença em minha vida, pois acredito que a distancia psíquica e ajuda de DEUS consegui purificar o meu coração.
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