“Eu não tenho
necessidade de ti. E tu não tem necessidade de mim. Mas se tu me cativares, nós
teremos necessidade um do outro. Serás único no mundo. Eu serei para ti único
no mundo”.
SAINT – EXUPÉRY
Tem seres que conheço no meio do caminho e não consigo “guardar para
mim”. Sabe aquele tipo de ser que você queria que todo mundo conhecesse? O Dudu
era um deles...
Eu já tive cachorro, já tive
gato, já tive jabuti. Atualmente só tenho a lembrança de um cachorro que eu
tive chamado de Dudu! Ele era meio cão, meio enfermeiro, meio escritor, meio
educador, meio cineasta, meio filósofo, e certamente muito mais gente
do que muita gente que eu conheço. Eu já tive muitos bichos, reais
ou fictícios, mas de todos eles o mais difícil de cuidar, com certeza, é o
amor.
Quando você leva um cachorro pra
casa, você sabe (ou pelo menos deveria) o tamanho da responsabilidade que está
assumindo. Com o amor é a mesma coisa. O encontro com o amor se dá, quase
sempre, da mesma maneira que encontrar um cão na rua. Você está lá, só de
passagem, cuidando da sua vidinha; o amor está ali, na esquina, à espreita, à
espera de um sujeito boa praça que resolva, inadvertidamente, adotá-lo. Você
vê aquele bichinho indefeso, inofensivo, carente, com aqueles olhinhos de pelo-amor-de-deus-tenha-pena-de-mim,
e pensa: por que não? Pronto. Lascou-se.
O amor é difícil de cuidar
porque demanda muita dedicação. Tem que alimentá-lo o tempo todo, e o bicho
parece nunca estar satisfeito. Pode ser fiel como um cão, mas também
voluntarioso como um gato. E, às vezes, mais silencioso que um jabuti. De
madeira. Quase um peso de porta.
O amor também precisa ser
adestrado. Quando ele faz alguma travessura, algo como rasgar suas cortinas ou
seu coração (em algum momento ele vai fazer isso), é necessário repreendê-lo
pra que não faça de novo. Afinal, não dá pra gente ficar trocando toda hora de
cortinas. Ou de coração.
Mas essas travessuras são
amplamente compensadas pelo carinho que o amor nos dá. Esse bicho sabe ser
carinhoso quando quer. Se o afagamos, ele nos afaga de volta. E, nos invernos mais
rigorosos, aquece nossos pés e toda a nossa existência sem sentido.
Não pode ser criado em gaiolas,
caixas ou cercados, a menos que você queira um amor “anão”. Cercas e grades
limitam suas possibilidades de crescimento.
Nunca se esqueça de que o amor está
ali. Você sai pra trabalhar, pra passear, pra se divertir com seus amigos, e,
quando você volta pra casa, o amor está te esperando na porta, como o cachorro
da música do Roberto Carlos, que lhe sorri latindo. É bom ter para quem voltar
das nossas batalhas diárias.
Claro que tem momentos em que o
amor não vai nos sorrir. Só latir. E até querer nos morder. Cabe recuar, se
afastar, dar um tempo. Deixá-lo lamber suas próprias feridas. Confiar no que
viveu.
Às vezes, o amor adoece e a
gente não sabe do quê. Foi comida demais? Foi cuidado de menos? Não tem
veterinário que cuide de amor. É a gente que tem que descobrir o que aconteceu,
o que fez de errado. Passar a noite ao lado da criatura, cuidando da febre,
dando remédios e pedindo a Deus para que ele não morra. Porque, se morre, a
gente morre um pouco junto.
Infelizmente, não há fórmulas
nem receitas. Eu crio amores desde menino e ainda não peguei o jeito. Alguns
duraram mais, outros menos, muitos eu perdi, confesso tristemente, por total
descuido e relapso da minha parte. Outros eu simplesmente deixei ir embora,
porque estavam grandes e gordos e já não cabiam no meu quintal. Cada amor é
único. Tem as suas… idiossincrasias.
Mas algumas recomendações valem
para todos os amores:
Deixe seu amor
livre. Ele precisa ficar ao seu lado porque quer e não porque está preso à uma
coleira.
Obrigação não
combina com liberdade. Esta, sim, está associada ao ser espontâneo, otimista e
criador.
Em nome do amor
devemos estender a mão para oferecer apoio ao invés de prisão.
Nunca vá dormir sem
fazer as pazes. Nada que uma lambida ou uma boa conversa não resolvam.
Evite morder,
quando apenas um rosnado funciona.
Quem ama proporciona segurança, confiança, afeto e portas abertas.
Viva cada dia intensamente, como se fosse o último.
O que mais me fascina é saber que o amor é afetivo para aqueles que
cuidam dele.
Fazendo isso, seu amor pode viver, feliz e saudável, por longos anos.
Mais até do que um jabuti.
Pense
com Edu!
Lembramos recentemente que muitas pessoas que
tem amor por animais, criam com muito carinho, quando veem aquele animalzinho
agonizante sofrendo, depois precisam cavar a cova para sepultá-lo carregados
de dor da despedida. Juram para si mesmos que nunca mais terão um animalzinho
de estimação. Porque é muito doloroso amar alguma coisa como aquela e depois
ve-lá desaparecer. Esta dor como tantas outras que desencanta o coração...
Acredito que no momento um coração “despreparado” para entender as continuidades
das coisas... Sem se darem conta do que a vida é um constante adeus, mas não
com sabor do definitivo. É um constante deixar para trás e começar outra etapa.
Observem a sua vida...
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¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino
Superior – PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo
na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : Simone
adami
³ Fonte imagem : http://www.electramag.com.br/site/wp-content/uploads/2013/04/enhanced-buzz--1.jpg
Livro de Referência: POWELL, Jonh. Porque tenho medo de amar?. Belo Horizonte: Cresce
, 2004.
GIBRAN, Kalil. O profeta. São Paulo: Ediouro: 1923 / 2002
Written by
Eduardo Campos all rights reserved.
14 comentários:
Edu!Tão lindo tudo que você postou, Eduardo campos! Fiquei emocionada!
É sempre bom aprender, aqui no teu blog as lições de vida vem de uma maneira suave e amorosa...
Olá Eduardo, bom dia! Uma amiga sua compartilhou comigo o link do seu blog dizendo que tinha textos bons e você parecia ser uma pessoa boa de coração... Olha estou aqui para agradecer, retribuir e conhecer você e seu encantado espaço...Eu sou APAIXONADA por pessoas assim, que num pequeno gesto sincero e uma pequena e simples atitude ganham morada em nosso coração...Adoro textos que falam de Pessoas e aqui esta repleto deles...Esse de hoje é incrivelmente e belo. Parabéns pela escolha. E já fiz morada por aqui com muito gosto...
Olá Bom Dia!Senti-me honrado com mais uma presença em meu blog, com o seu carinho, sua gentileza e seu comentário. Seja bem vinda e retribuo sua visita com meu abraço fraterno. Um meio de semana maravilhoso é o que desejo para você. Com muita paz! Do amigo Edu!
Amigo Eduardo! Alguns trechos desse texto são até engraçados, adorei e ri muito da maioria, mas nos levam à reflexão perfeita. Você conseguiu deixa-nos aqui neste texto várias hipóteses para a vida decorrer melhor. Gostei.
Meu Irmão, quantas saudades tuas. E ler tantas belezas é maravilhoso. Confesso que os teus texto têm sido os meus amigos mais próximos e verdadeiros.
Ah, as metáforas... as palavras fantasiadas de significados múltiplos, sal da prosa e tempero da poesia! Seus textos contem tudo isso, palavras que direcionam alimento direto para alma. è isso que sinto quando leio seus bons e estimulantes textos.
Bom dia Edu! Que analogia legal. Muito bem bolada! Gostei muito.
Muito verdadeiro este texto, e se pararmos pra refletir, de uma forma ou de outra nos encontraremos nele. Mas há tempo de aprender a amar melhor, a vida vai nos moldando, dia a dia. Quem ama não escolhe. Simplesmente ama.
Uma crônica, simplesmente maravilhosa...Que toca, certamente, a sensibilidade de quem lê. Parabéns
Adorei cada palavra, a escrita é simplesmente brilhante, nem sei como classificar o que acabei de ler.
Confesso que lendo o teu texto rir muitooooooooo, mas há grande verdade em todas as suas colocações... Adorei a postagem. Bjs.
Msg magnífica e que resume tudo sobre a arte de saber cuidar e amar! bjs com carinho,
Eduardo, a crônica realmente é profunda e faz pensar, tem pontos muito bem sacados! Adorei teu espaço, super aconchegante...
Excelente texto. Divagar pelo universo do amor é qualidade de poucos. Parabéns.
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