Bons pais e mães procuram ajudar seus filhos em
todos os aspectos da vida deles. É muito além de suprir as necessidades
físicas, ser bons amigos ou ainda torná-los cidadãos.
Umas vezes por falta
de tempo, outras por desinformação, e outras ainda por indisponibilidade. Por
parte dos pais, excesso de trabalho, e por parte dos filhos, demasiado acesso à
tecnologia e a atrações midiáticas, que “substituem” as atribuições paternas...
Com isso reparo que alguns diálogos entre pais e filhos se transformam
rapidamente em monólogos, em que há um que fala e outro que provavelmente
escuta. E claro que também há situações em que os pais têm a percepção que até
falam com os filhos sobre tudo, mas parece que isso não adianta a maior parte
das vezes também eles sentem que não são ouvidos.
Existe claramente uma
diferença entre ouvir e escutar, em que o ouvir é apenas a captação de sons
enviados e processados, e o escutar já exige sensibilidade, é ter
disponibilidade e entendimento da informação que está a ser processada. É ter
empatia, sabermos colocar-nos no lugar do outro para o entender, é estar com o
coração atento, ajudar e, sobretudo ouvi-la com atenção...
Fazer-lhe perguntas
que a façam perceber o seu interesse pelo que ela está a dizer e sobre o que
acontece com ela, sendo isto muito diferente de inquirir como se quiséssemos
invadir a sua privacidade.
É fundamental ter
disponibilidade para estar junto do filho, não quero dizer com isso que devemos
passar 24 horas com ele, sinalizo que quando estiver que seja uma hora, mas que
“esteja presente”, compartilhando suas emoções, aflições, dúvidas, perigos e
preocupações.
Deixo aqui algumas
sugestões para um diálogo saudável entre pais e filhos...
1 - Nomear
o sentimento ou a emoção (dizer como se sente perante o acontecimento) “Eu
fiquei/estou triste… desiludido (a)… furioso(a)”
2. Relatar o
sucedido, do seu ponto de vista... “Quando aconteceu isto… fizeste aquilo…
disseste que…”
3. Propor sugestões
de mudanças “Gostava que de agora em diante fosse assim… não acontecesse…”
4. Apontar
benefícios da solução... “As coisas correriam melhor se…”
5. Apontar
desvantagens da irresolução... “Serás castigado…Perco confiança…”
Parágrafos para refletir
Será que nós damos a
importância merecida ao diálogo? Tentando responder a esta pergunta, poderíamos
pensar um pouco mais sobre nossas atitudes com relação ao nosso comportamento.
Qual é nossa reação
quando precisamos resolver alguma situação em uma relação de amizade, por
exemplo? Será que nos expressamos de forma adequada? Será que sabemos a hora de
falar e a hora de ouvir?
Em todos os tipos de
relação, em todas as situações, o diálogo é o melhor caminho. Na relação pais e
filhos, amigos, homem e mulher, na relação entre os familiares, por mais tensa
que seja a situação, devemos sempre conversar, expor o que pensamos, sem nenhum
receio, e sabendo também, ouvir o outro.
É muito importante
buscarmos equilíbrio e esclarecimento, porque o que nos faz perder o controle
no momento de uma conversa, são os nossos processos emocionais, nossos medos,
frustrações e culpas. Quanto mais nos investirmos em nos livrarmos destes
processos, mais teremos segurança para nos expressarmos de maneira assertiva, e
as relações ficarão claras, resolvidas.
Quantas vezes, após
uma conversa, nos pegamos pensando: “Mas eu poderia ter falado diferente…” Por
que, quando estamos prestes a conversar um assunto sério com alguém, nós
sabemos com antecedência o que dizer, e na hora H dá aquele “branco”? O que
acontece é que no momento de uma discussão, muitas vezes o emocional toma conta
da situação e perdemos o controle! Não sabemos o que dizer e a primeira reação
é se defender; e acabamos nos defendendo não do outro, mas de nós mesmos.
É importante
saber que é possível uma conversa amena, sem alterações, sem discussões e
brigas. Procure sempre conversar com as pessoas (familiares, amigos, colegas de
trabalho etc), esclarecendo os mal entendidos. Faça sua parte, mesmo que a
outra pessoa não esteja tão aberta. Você se sentirá bem, independentemente da
resolução da situação, porque você terá feito a sua parte: buscou o diálogo.
Muitos pais
tem a ideia que dialogar é repassar informação, e muitas vezes o diálogo vira
monólogo: ‘eu falo e você escuta’.
No diálogo entre pais e filhos, deve existir espaço para escutar o outro, e isto exige sensibilidade e
disponibilidade.
Um
momento diário para diálogos e interação familiar podem ter diminuídas chances
de tristezas.
Pais que
se tornam amigos de seus filhos acabam criando pessoas melhores.
As informações
que os pais querem passar para os filhos sejam efetivas, é preciso que os pais tenham conhecimento
do assunto e que as atitudes deles sejam coerentes ao que está sendo passado.
A
comunicação é indispensável, mas não se pode esquecer que aquilo que se diz tem
que ser aquilo que se faz.
A conversa com os filhos deve sempre acontecer em um momento adequado, jamais conversar sobre particularidades dos
filhos, na presença de outras pessoas, para não expor.
Finalizando para recomeçar
A cada dia que passa,
eu vejo que a única forma de deixarmos um pouco de nós em nossos filhos, não só
na aparência, mas nos, princípios, valores, no modo de agir, no falar e,
principalmente, no amar são através da comunicação... Ela é indispensável, mas
não se pode esquecer que aquilo que se diz tem que ser aquilo que se faz. Nossas
atitudes de respeito, compreensão, parceria, cumplicidade, harmonia e,
principalmente, através do amor... Porque só através do exemplo e do amor é que
nossos filhos vão entender tudo o que queríamos passar para eles, vindo de
geração a geração.
As atitudes de amor
valem mais do que as palavras, aquilo que fazemos terá muito mais poder de
ficar gravado na memória dos nossos filhos do que aquilo que apenas falamos.
fonte imagem: http://educarparacrescer.abril.com.br/imagens/comportamento/dialogo_novo.jpg
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