Francisco de Assis,
ao se fazer o portador da mensagem do Cristo, em plena Idade Média, estabeleceu
para si mesmo regras extremamente rígidas. Seu objetivo não era fundar uma
Ordem religiosa. Ele desejava simplesmente servir ao próximo.
Necessitando ter
liberação do Vaticano para que pudesse pregar nas igrejas e nas estradas do
mundo, Francisco se submete à exigência e funda uma Ordem.
As regras que
estabeleceu eram severas, onde, entre outras coisas, não era permitido usufruir
senão do estritamente necessário. E, se ele criou as regras, era o primeiro a
segui-las. Seu quarto parecia uma cela, sem conforto algum. Para cobrir o
corpo, ele usava um tecido áspero, em forma de túnica, com uma corda na
cintura, à guisa de cinto.
O tecido era o
desprezado pelos mercadores da cidade de Assis, pois era aquele usado como
embalagem das fazendas, sedas e veludos que adquiriam para o comércio.
Para as refeições,
Francisco era extremamente frugal, alimentando-se um pouco menos que o necessário.
Até mesmo porque pensava sempre nos outros, antes que em si mesmo e nas suas
necessidades e satisfações pessoais.
Certo dia, estando a
meditar, compareceu Frei Leão, um de seus mais próximos companheiros. Ele dizia
que tinha um problema e desejava o auxílio de Francisco para a solução. Pai
Francisco, começou, eu conheço uma pessoa que tem um jumentinho. Ele é muito
frágil, magro, doente. Apesar disso, seu dono não o alimenta bem e exige muito
dele. Ele monta no animal e exige ser carregado? Perguntou Francisco. Sim, pai
Francisco. O pobre animal mal se aguenta em pé e o dono lhe exige isso e muito
mais. Não tem piedade para com ele. Diga-me, que devo dizer a esse homem?
Francisco era
conhecido por amar os animais. Mais de uma vez, em descobrindo que alguém
apanhara uma lebre em armadilha, ele a comprava para a libertar.
Em festividades
religiosas, jamais esquecia que os animais deveriam ser brindados com rações
extras. Fossem animais domésticos ou os pássaros livres, que enchiam os ares.
Então, respondeu a Frei Leão: Que maldade!
Pois traga-me esse homem e eu falarei com ele. Dir-lhe-ei como se deve tratar
os animais.
Frei leão docemente, esclareceu: Pai
Francisco, é você o dono do jumentinho.
Seu corpo é o jumentinho que o leva a todo
lugar e não está sendo bem tratado.
Embora
hierarquicamente ele fosse o superior, o líder de todo o grupo, humildemente,
respondeu Francisco: Verdade, Frei Leão? Eu faço isso com meu corpo? Trato-o
tão mal assim? E, ante a afirmação do companheiro, Francisco ali mesmo se
ajoelhou e orou: Meu doce jumentinho, me perdoe. Nem percebi que estava a
tratar tão mal a você, de quem dependo para realizar minha obra.
Perdoe-me. Terei mais
cuidado, daqui em diante.
Refletindo
com Edu!
A narrativa nos leva
a nos perguntarmos: Estamos tratando bem nosso corpo?
Tem sido adequada a
alimentação? Temos lhe permitido o repouso devido e temos atendido às suas
dores?
Pensemos nisso: nosso
doce jumentinho é nosso instrumento de trabalho na Terra. Amemo-lo.
Atendamo-lo.
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