Atualmente,
as informações circulam de forma livre e célere. Por conseqüência, é possível
ter uma noção de conjunto dos valores e hábitos da humanidade. Certas
ocorrências repetem-se com tanta frequência, nos mais diversos locais e
ambientes, que chamam a atenção. E a observação do que ocorre no mundo por
vezes causa estarrecimento.
Uma
das coisas que impressiona é a audácia das pessoas desonestas. Elas parecem ter
uma habilidade incomum para colocar-se nas posições mais relevantes. Na
política, na educação, nos meios jurídico e empresarial, a imprensa não cessa
de apontar focos de corrupção e desonestidade. Já é bastante ruim haver tantas
pessoas desleais. Mas o que causa estupefação é como elas assumem facilmente
posições de liderança.
Ninguém
consegue disfarçar sua essência por muito tempo. Quem não possui um nível ético
satisfatório evidencia isso em inúmeras oportunidades. Ninguém se corrompe de
repente. Uma pessoa genuinamente honesta não acorda um dia disposta a
apoderar-se do que não lhe pertence. O ser humano revela suas mazelas morais ao
longo do tempo. Sendo assim, como é possível que seres viciosos tornem-se tão
influentes? Em todo e qualquer ambiente, há homens
íntegros e inteligentes. Por que esses não agem, para obstar a influência
perniciosa? À primeira vista, parece pouco caridoso evidenciar os vícios
de um semelhante, para limitar sua ascensão.
Ocorre
que a caridade não possui como bandeira a ingenuidade e a conivência. Constitui
equívoco imaginar que o homem bondoso deve ser tolo e falho de percepção. A
criatura íntegra e generosa procura ser um fator de progresso e bem-estar no
mundo. Mas age com critério e discernimento, não de forma piegas. Nessa
delicada questão, importa considerar o móvel da ação e quanto bem ela pode
produzir. Certamente é condenável divulgar os defeitos do próximo por
malevolência, com o fito de denegri-lo. Mas também é censurável prestigiar a
comodidade de um único ser, em detrimento de inúmeros outros.
A corrupção que atinge um ambiente prejudica a todos os que se
vinculam a ele. O dinheiro público surrupiado por alguns faz falta na
construção de hospitais e escolas. O desfalque realizado em uma empresa talvez
seja a causa de sua falência. Trata-se da vantagem desonesta de uma pessoa
causando a penúria de muitas outras. A compaixão não
justifica a inércia perante esse tipo de situação. Nada há de louvável em
assistir-se silenciosamente a atos desonestos que prejudicam o meio social.
Na
verdade, a timidez e a acomodação dos homens íntegros favorece a preponderância
dos desonestos. Grande parcela de culpa pela corrupção que grassa no mundo se
deve às pessoas honestas. Caso estas desejassem, preponderariam. Quando o vício
for combatido, sem ódio, mas firmemente, ele encontrará pouco espaço para
proliferar.
É
preciso ter compaixão pelo delinqüente, mas jamais compactuar com seus atos.
Assuma, pois, sua responsabilidade perante o mundo em que você vive. Por
timidez ou preguiça de desempenhar tarefas e ocupar postos, não permita que
eles caiam em mãos indignas. A título de ostentar virtude, não simule
ignorância e nem seja conivente. Pense nisso!
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¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - Hermínio
Miranda
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
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