Quando
se é adolescente acredita-se que ninguém melhor do que nós saiba amar. Temos a
capacidade de esquecer do mundo que nos rodeia para somente pensar no ser
amado.
É
um tempo quase mágico. Nada mais no mundo tem importância senão aquele a quem
se ama.
Para
ele nos enfeitamos, mudamos a cor do cabelo, ficamos horas frente ao espelho.
Poderemos
chorar durante horas por causa da espinha que saiu bem na ponta do nariz, que
nos faz sentir horríveis e, na nossa cabeça, não mais amados pelo outro.
Temos
a capacidade de ficar um tempo sem conta parados em uma esquina pelo simples
fato de aguardar que a amada passe por ali. E ao vê-la, talvez, somente um
tímido olá será dito.
Mas
a chama que arde na intimidade fará com que o coração salte descompassado, que
o rosto fique vermelho, que as mãos fiquem suadas de forma incomum.
As
margaridas, vez ou outra, sentem a intensidade do amor que nos toma porque
ficamos a tirar-lhes as pétalas uma a uma, falando: ela me ama, ela não me ama...
E é natural que torcemos muito para que a última pétala nos diga que ela nos
ama.
É
um tempo feito de sonhos, onde cada ato, cada pensamento tem a duração da
eternidade. Ao mesmo tempo, com uma incrível capacidade de se mudar de idéia no
dia seguinte.
Muitos
de nós, nessa fase, encontramos o verdadeiro amor. Aquele que conosco haverá de
viver e conviver, formar um lar, constituir uma família.
Outros,
no entanto, lembraremos do primeiro amor como algo bom, saudável. Algo que nos
parecerá doce, mas passageiro.
Porque
o verdadeiro amor tem um gosto de continuidade. É aquela pessoa a quem
permitimos penetrar nos recessos secretos em que guardamos as nossas feridas.
Ela as tocará com delicadeza e, quando um revelar ao outro os próprios receios
e desejos, descobriremos o que é o amor verdadeiro.
O
primeiro amor pode marcar profundamente. Mas quando o amor cresce é porque une
e alimenta o que há de mais belo e nobre em duas pessoas.
O
primeiro amor pode invadir o nosso sangue com o efeito de uma bomba. O amor
duradouro toma conta da alma.
É
algo bem mais poderoso do que carne e ossos. Transcende a matéria.
É
o amor que nos completa. Ele nos faz sentir unidos e completos como os mares.
Um porto contra todas as tempestades. Um abrigo, um refúgio.
Refletindo com Edu
O
amor verdadeiro é aquele que consegue atravessar os anos e crescer. É aquele
que nos faz descobrir novidades no ser amado, a cada época que vivemos juntos.
É
aquele que nos confere a possibilidade de seguirmos de mãos dadas e
encontrarmos prazer na contemplação de um amanhecer.
É
aquele que nos torna capazes de ficarmos um tempo interminável a observar os
gestos do ser amado.
É
o que nos permite recordar os tempos do namoro, os primeiros tempos juntos e desejar
reprisar aquela magia. É o sentimento que nos remete, vez ou outra, ao passado
para nos lembrar porque decidimos passar a vida um ao lado do outro.
¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo,
Esp. em Docência do Ensino Superior – PROEJA
e Educação em Saúde. Pesquisador
do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - Meu
único e verdadeiro amor, publicado na Revista Seleções Reader´s Digest, de
março/2000.
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
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