Como se pode definir a saudade? Dor
da ausência de quem atravessou a porta e não mais voltou?
De quem se foi,
tomado de mágoa, e disse que jamais retornaria?
Dor pela ausência de
quem foi abraçado pela morte, depois de uma despedida que nunca aconteceu,
porque tudo foi repentino, brusco, inesperado?
O que é isso que dói
tanto e quanto mais passa o tempo mais parece machucar?
Segundo o dicionário
é a lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas
distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las.
É verdade. Sentimos
saudades de pessoas e de coisas já vividas, de coisas que já possuímos.
Sentimos saudade da espetacular viagem realizada, em que conhecemos lugares tão
pitorescos, em que respiramos ares tão diversos, em que nos deixamos envolver
pela sua magia e encantamento.
E desejamos,
ardentemente, reprisar. Por isso, sonhamos. Sonhamos enquanto dormimos ou de
olhos abertos, durante o dia mesmo.
Desejamos retornar
àquelas localidades para tornar a sentir as mesmas emoções, que ficaram
gravadas em nossa intimidade.
Temos saudades da
casa da nossa infância, onde fomos felizes. A casa com o terreno tão grande,
cheio de árvores, que nos conheceram muito bem.
Afinal, subíamos
nelas todos os dias, fossem dias escolares ou de férias.
Quantas frutas
saboreamos no pé! Pé de jambo, de manga, de ameixa, de caju, de jaca, sem mesmo
nos darmos ao luxo de lavá-las. Eram nossas, do nosso quintal, portanto, no
nosso entender de crianças peraltas, estavam limpas. E eram tão saborosas!
A saudade nos traz a
vontade de tornar a encontrar aqueles sabores, tão peculiares, diferentes das
frutas que adquirimos no mercado.
Saudade é algo
estranho. Ela nos lembra de pessoas, de momentos, de fatos que desejamos se
reprisem.
Nostalgia. A alma
sente vontade de sentir de novo aquela mesma alegria, aquela emoção, aquele
cheiro, aquele sabor.
Quando se trata de
pessoas, dizem que saudade é a ausência do fluido, da energia delas, que ficou
impregnado em nós, enquanto estávamos juntos.
É o residual dos
tantos abraços e afetos trocados. E que, com o tempo, vai se diluindo,
desaparecendo.
Aí a saudade estende
laços e aperta.
Refletindo
com Edu!
Definir é difícil. O
poeta a descreve de uma forma, o literato de outra, o psicólogo estabelece
análise peculiar. Enfim, não importa. O que importa mesmo é que ela nos envolve
e nos machuca, desejando ser saciada.
Por isso, é muito
importante que cada momento ao lado de quem amamos, seja vivido de forma
intensa. Que gravemos na memória as particularidades, que fotografemos com o
coração o que desejamos rememorar, em dias de saudade.
Hoje é o dia em que
devemos viver com toda intensidade, amar, abraçar com toda a intensidade,
usufruir dos cheiros, dos sabores, das belezas com toda a intensidade.
Hoje, enquanto o dia
é oportunidade.
Amanhã ou mais tarde,
se precisarmos, acionaremos essas lembranças intensas, essas memórias profundas
para alimentar a nossa infinita saudade...
Não nos permitamos
perder o momento presente, rico, insuperável.
¹ Fundador e Autor: Eduardo Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em
Docência do Ensino Superior – PROEJA e
Educação em Saúde.
Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E -
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
Nenhum comentário:
Postar um comentário