Escola: sua importância além do ensino
Escola:
que lugar é esse?
No
último texto escrevi sobre a família, sobre o reflexo da dinâmica familiar no
comportamento e na vida da criança. Agora decidi escrever sobre a escola,
porque ela é grande parte da base da criança, e não menos importante que a
família.
A
escola, além de ensino básico e obrigatório no qual passamos toda a infância e
adolescência, também é local de socialização e interação com diferentes pessoas
e vivências do dia a dia. Muitos vão para a escola (creche) desde muito cedo
para os responsáveis poderem trabalhar, e é lá que se desenvolvem.
Sabemos
que a escola é importante para aprendermos conteúdos programáticos e
adquirirmos conhecimento. Porém, ela vai muito além disso, mesmo que de forma
natural e não intencional. E é justamente por isso que as escolas precisam ter
um olhar mais atento e acolhedor para com seus educandos.
Hoje,
com a rotina cada vez mais agitada que as famílias têm, muitas vezes falta
diálogo e carinho. Isso quando não ocorrem maus tratos, ou mesmo faltam
condições básicas dentro de casa para se viver. As configurações familiares
mudaram ao longo dos tempos e as crianças percebem o mundo à sua volta de forma
mais madura desde muito cedo. Sendo assim, estamos lidando com crianças que
precisam de muito mais do que aprender o conteúdo de um livro.
Nossas
crianças vivenciam situações extremas das quais sequer imaginamos. Existem
crianças que vão para a escola (no caso das públicas) para comer, pois não têm
o que comer em casa. Outras, precisam cuidar de irmãos mais novos e cuidar da
casa além de estudar. Ainda temos as que, mesmo que a lei proíba, precisam
ajudar os pais no trabalho para complementar a renda familiar.
Consigo
pensar em inúmeras outras possibilidades: crianças que moram em local “de
risco”; que presenciam brigas diárias e violência doméstica; que são abusadas
moral e sexualmente por adultos próximos; que não têm pais vivos; que são
abandonadas por pai ou mãe; que passam por situação de luto, que são
espancadas… É tanta coisa! E muitos de nós não paramos para pensar nisso.
Muitas
vezes são aqueles que “dão problemas”, são indisciplinados, respondem mal,
desobedecem, não prestam atenção na aula, ou mesmo são apáticos ou mudam o
comportamento repentinamente. Sim, podem parecer extremamente seguros sem que
realmente sejam. Podem parecer felizes, podem parecer ter uma família
estruturada… Podem… Parecem…
Agora
pense, repense, avalie sua prática como profissional da área educacional! Essas
crianças/adolescentes precisam mais do que nunca de você! É na escola o refúgio
de muitas delas. A maioria passará por tudo isso sem ao menos demonstrar, e
você simplesmente não perceberá. Geralmente, a tendência é considerar esses
fatos como raros, distantes de nossa realidade e, consequentemente,
desqualificarmos o discurso e o sentimento do educando. E é nesse ponto que ele
se afasta ainda mais.
Por
isso a escola precisa ter um olhar mais atento, mais acolhedor. Precisa julgar
menos. Precisa ouvir mais. Seria maravilhoso que todas as escolas tivessem um
psicólogo para ter essa escuta neutra, mas ainda sim não seria suficiente. É
importante partir de cada um, desde o professor até a direção, essa postura
acolhedora. Não podemos perder a chance de mostrar a eles que têm em quem
confiar, que não estão sozinhos, que nada está perdido.
Não
sabemos a história por trás do sorriso ou choro de cada criança. Não sabemos
até que ponto as famílias vivem de aparências, e sabemos que muitas vivem.
Independente do motivo, eles precisam saber que alguém está lá por eles, que
alguém se importa. Às vezes, é a única coisa que eles têm…
¹ Fundador e Autor do Blog: Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino Superior
– PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - Corujices da Psi Psicóloga Samira Oliveira
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
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