Multiplicando o bem
Não
esqueças de que o bem que se faz é o único trabalho que faz bem. E esse serviço
em favor dos outros é a caridade única em favor de nós mesmos, que pode atingir
o cerne da alma, libertando-a para o sacerdócio do soerguimento do mundo.
A cena era comovente. Repórteres com
seus microfones e câmeras apontados para aquele homem simples e maltrapilho
que, um tanto sem jeito, contava a sua história. Ele, um mendigo que vivia nos
bancos das praças, fora condecorado por ter salvo a vida de três crianças. Dizia,
comovido diante das câmeras, que só as tinha livrado dos marginais porque teve
uma experiência singular. Contou que, tempos antes, num cair de tarde como
tantos outros, monótonos e sem esperança, resolvera dar cabo da vida. Não suportava
mais aquela situação miserável em que se encontrava depois que perdera a
família num acidente e os poucos bens que possuía, para um sócio corrupto.
Havia batido de porta em porta à
procura de um serviço digno de onde pudesse retirar o próprio sustento, mas a
resposta era sempre a mesma:
Sentimos muito, mas o senhor está
acima da faixa etária para admissão.
Então resolvera que aquela seria a
última noite que contemplaria o céu bordado de estrelas, única companhia
daqueles dias amargos.
Todavia, dizia ele, Deus possuía outros planos para mim...
Naquela, que eu pretendia fosse a
minha última noite, apareceu um anjo, digo um anjo porque era uma mulher jovem
com expressões de doçura que eu nem imaginava que existissem. Sentou-se
ao meu lado naquele banco que, por muito tempo, tinha me servido de lar, e
iniciou um diálogo afetuoso. Interessou-se
por minha história e condoeu-se com a minha desdita. Falou-me de Jesus, o Sublime Nazareno
que a todos ama, inclusive os pobres e aflitos, como eu.
Disse-me para que elevasse o
pensamento e Lhe pedisse forças para suportar o fardo pesado que me fora
colocado sobre os ombros, e eu o fiz.
Desisti do suicídio e consegui um
serviço de jardineiro. Não ganho o suficiente para morar numa casa confortável,
mas consigo pagar um pequeno barraco que me abriga das intempéries e não
preciso mais me alimentar de restos colhidos na lixeira.
Aquela foi a primeira e única vez que
vi aquela jovem senhora, mas suas palavras ainda embalam minhas horas difíceis. E
cada vez que o fardo me parece pesado demais, lembro das palavras de Jesus: "Vinde a mim todos vós que sofreis...
Meu fardo é leve e meu jugo é suave..." E foi porque alguém me estendeu as
mãos e me retirou das portas do suicídio que eu pude salvar essas crianças das
mãos dos marginais que as haviam sequestrado.
Porque um dia alguém me olhou e me fez
ver que também sou filho de Deus é que resolvi multiplicar o bem que me foi
feito, tornando-me útil.
Hoje eu entendo que não
temos o direito de interromper a vida de quem quer que seja, mesmo que seja a
nossa. Gostaria
de agradecer àquela moça que ousou se aproximar de um mendigo e estender-lhe a
mão.
Refletindo com Edu!
Não esqueças de que o bem que se faz é
o único trabalho que faz bem. E esse serviço em favor dos outros é a caridade
única em favor de nós mesmos, que pode atingir o cerne da alma, libertando-a
para o sacerdócio do soerguimento do mundo.
¹ Fundador e Autor do Blog: Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino Superior
– PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - com
base no verbete Bem, do livro
Repositório
de sabedoria, Joanna de Ângelis e
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
³ Fonte imagem : http http://belasimagenscomfrases.blogspot.com/2014/11/frases-de-felicidade-01.html
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