Goste das pessoas
Kent não era mais do que um adolescente quando aprendeu, com seu amigo
da mesma idade, uma das lições que mais lhe encheram de prazer a vida.
Ambos estavam
estudando e, da janela, observaram um dos professores atravessando o estacionamento.
Kent explicou a
Craig que não gostaria de reencontrar aquele instrutor. No semestre anterior,
ele e o professor tinham se desentendido.
O cara não gosta de
mim – finalizou.
Craig observou o
professor e falou:
Talvez você esteja
se afastando porque tenha medo de ser rejeitado. E ele provavelmente acha que
você não gosta dele, por isso não é simpático com você. Por que não vai falar
com ele?
Hesitante, Kent
desceu as escadas, cumprimentou o professor e perguntou como tinha sido seu
período de férias.
Ele se mostrou
surpreso, mas respondeu. Juntos caminharam um pouco e conversaram.
O amigo tinha lhe
ensinado algo simples. As pessoas gostam de quem gosta delas. Quando se mostra
interesse por elas, elas se interessam por nós.
A partir daquele
dia, o mundo se transformou para Kent numa grande descoberta.
Certa vez, viajando
de trem pelo Canadá, ele começou a conversar com um homem que todos evitavam,
porque cambaleava e enrolava a língua, ao falar. Todos pensavam que ele
estivesse bêbado. Em verdade, ele estava se recuperando de um derrame.
Tinha sido
engenheiro naquela mesma linha férrea e passou a viagem contando histórias
fascinantes passadas naquela ferrovia.
Quando o trem foi
se aproximando da estação, ele segurou a mão de Kent e agradeceu por ele ter
ouvido, com tanta atenção.
Mas Kent sabia que
o prazer tinha sido muito maior para ele próprio.
Em um outro
momento, em uma esquina barulhenta, numa cidade da Califórnia, uma família o
parou pedindo informações. Eram turistas da isolada costa norte da Austrália.
Em pouco tempo,
tomando café, eles encheram de conhecimento a sua cabecinha, com histórias
sobre lugares e costumes que possivelmente ele nunca teria conhecido.
Cada encontro se
tornou uma aventura. Cada pessoa, uma lição de vida. Ricos, pobres, poderosos e
solitários: ele percebeu que todos tinham tantos sonhos e dúvidas quanto ele
mesmo.
Todos tinham uma
história única para contar. Bastava alguém querer ouvir.
Uma jovem
esteticista lhe confidenciou a alegria que tinha sentido ao ver os moradores de
um asilo, sorrindo, depois que ela cortou e penteou seus cabelos.
Um guarda de
trânsito revelou como tinha aprendido alguns dos seus gestos, observando
toureiros e maestros.
Até mesmo um andarilho, com a barba
por fazer, lhe contou como tinha conseguido alimentar sua família durante o
período da depressão, nos Estados Unidos, recolhendo peixes atordoados que
flutuavam na superfície, depois de explosões na água.
Em suma, todas as
pessoas tinham histórias para contar. Histórias ricas de experiências. E todas
sonhavam com alguém que as quisesse ouvir.
Pensamento
Parafraseando
Francisco de Assis, poderíamos pensar em uma oração, mais ou menos assim:
Senhor, permita que
eu procure muito mais ouvir do que ser ouvido; muito mais ver do que desejar
ser visto.
Finalmente: que eu
aprenda a gostar das pessoas primeiro, e faça as perguntas depois, para que eu
possa descobrir, com alegria, que a luz que projeto nos outros, se reflete em
mim mesmo, multiplicada por cem.
¹ Fundador e Autor do Blog: Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino Superior
– PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - com base no cap. Goste das
pessoas primeiro, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes,
de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Kimberly Kirberger, ed. Sextante.
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
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