Você sabe quem é você?
Se lhe perguntarem:
“Quem é você?”, qual seria sua resposta? Diria que você é uma pessoa ansiosa,
tímida, extrovertida, legal? Ou você se conhece o suficiente para responder
mais do que isso? À primeira vista parece óbvio e fácil responder isso, mas é
muito comum, ao fazer essa pergunta, as pessoas encontrarem dificuldade em
responder.
Algumas pessoas com
características narcisistas ou com ego superdesenvolvidos podem ter facilidade
em descrever pontos positivos e dificuldades em descrever pontos negativos. Já
pessoas com depressão ou com autoestima baixa tendem a valorizar as
características negativas e encontraram dificuldades para falar as
características positivas. Isso não significa que você traz consigo essas
características se encontrar dificuldades ou facilidades, pois realmente essa não
é uma tarefa muito simples.
Faça o seguinte
exercício: pegue uma caneta e um papel e escreva dez características positivas
e dez pontos a desenvolver. Vamos lá, faça esse exercício. Difícil, não é?
Então tá, escreva cinco. Continua difícil, ainda mais nos pontos que temos que
desenvolver (nossos defeitos). Essa não é uma tarefa muito simples mesmo e
descrever-nos com propriedade requer um esforço muito grande. Primeiro porque
gera medo e ansiedade nos revelarmos para outra pessoa: “O que ela vai pensar
de mim?”. Segundo porque temos a característica de não investirmos tempo nos
conhecendo. Às vezes é muito melhor jogarmos para debaixo do tapete
características que não queremos ter ou que nos incomodam, ao invés de
aceitarmos. Ao aceitarmos e reconhecermos essas características elas passarão a
fazer parte de uma forma mais consciente do nosso dia a dia e só assim poderemos
mudar algo que não está bom.
Mas ao tornar algumas
características mais conscientes precisaremos também lidar com elas e isso pode
causar um certo desconforto. E às vezes podemos perguntar: Pra que mudar algo?
Não é incomum ouvirmos isso: Já me acostumei assim, sou assim mesmo e vou
continuar assim. É como se nós nos olhássemos no espelho e não enxergássemos
como realmente somos ou como uma pessoa que sofre de Anorexia nervosa que, ao
olhar no espelho, vê uma imagem totalmente distorcida de si. Só que esse
processo de autoconhecimento vai além do físico.
Reconhecer alguns
sentimentos ou características de nossa personalidade exige tempo e não basta
apenas olhar no espelho para isso. É necessário olhar para dentro de si.
Enxergar o que está além do que os olhos podem ver. Mas existem pessoas, e não
são poucas, que preferem manter o lado de fora bonito. Nada contra, até porque
cuidar da saúde e do corpo é uma forma de cuidar da gente, mas o que muitas
vezes acontece é uma supervalorização do externo e isso passa a ser mais
importante e demandar mais tempo e investimento do que cuidar do interior. E
isso é até comum, pois vivemos em uma época em que a aparência é
supervalorizada. Mas é a partir do interior que construiremos uma caminhada e
só a partir dele poderemos responder quem realmente nós somos.
Imaginemos que no
trabalho você é uma pessoa, na faculdade outra, no clube ou na Igreja outra
pessoa e com os amigos você assume características ainda diferentes. Se isso
acontece talvez esteja havendo um desequilíbrio. Escolher ser outra pessoa que
não seja você mesmo poderá causar um desespero profundo. É certo que temos
papéis sociais que precisamos desempenhar, mas quando algo fere a sua essência,
é importante parar e descobrir quem é você e aonde você quer chegar. Isso é
facilita na hora de fazer escolhas como profissão, casamento, etc.
Aceitar-se é uma das
condições para esse autoconhecimento. Isso não significa que devemos ser do
jeito que somos para o resto da vida. Mas se aceitar é condição essencial para
promover qualquer mudança. E aceitar-se sugere em responder com sinceridade quem
é você. Por mais que não seja uma tarefa fácil, existe muito mais por trás do
que nós somos do que podemos supor. Pensar de maneira certa e coerente sobre
você poderá fazer se sentir mais à vontade consigo mesmo. E quando você se
conhece bem isso lhe traz mais segurança e a partir daí promover qualquer
mudança fica mais fácil.
E não se esqueça,
você é um ser humano. E todo ser humano tem limitações, carências,
dificuldades. Se você não conseguir enxergar isso, provavelmente entrará em uma
classificação chamada perfeccionismo e pessoas perfeitas não precisam de
mudança, mas pessoas perfeitas também não existem. E aí vale uma pergunta: Você
está sendo você ou está sendo o que os outros querem que você seja?
¹ Fundador e Autor do Blog: Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino Superior
– PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte
texto : Matheus Coelho / Copyright 2016 by Psiconlinews.
³ Fonte imagem : http://www.intercambio7.com.br/sims-e-naos-para-seu-intercambio.jpg
Nenhum comentário:
Postar um comentário