Frio diferente
Conta-se que, certa
noite, a borboleta azul passou pelo jardim e viu uma margarida a tremer de
frio. Zelosa, foi ao quarto de Ana Maria e lhe disse o que estava acontecendo.
A menina levantou da cama, calçou seus chinelos, agasalhou-se e foi buscar o
vaso onde estava plantada a margarida.
Colocou o vaso sobre
a mesinha de cabeceira, olhou para a flor e lhe desejou boa noite. Aqui você
não deverá sentir frio. Meu quarto é bem quentinho, durma bem. Mal se deitara,
ouviu um barulhinho estranho. Abriu os olhos e ficou quieta, escutando. O que
seria? Logo, deu-se conta: era o vaso balançando porque a margarida continuava
tremendo. A solução era aquecê-la. Ana Maria tirou o casaquinho da sua boneca
e, com cuidado, vestiu a flor.
Durma e sonhe com os
anjos. – Desejou a menina, deitando a cabeça no travesseiro e acomodando-se
debaixo das cobertas. Mas, quem sonhou com os anjos foi ela mesma. A margarida
continuou a tremer. Não demorou muito para que, com o barulhinho, Ana Maria
despertasse outra vez. Ainda tremendo? Acho que você precisa de uma casa. -
Pensou a garota. Olhou ao redor e viu a caixa de papelão onde guardava seus
brinquedos. Retirou todos eles, colocou a caixa em pé e acomodou a margarida
dentro dela.
Quando estava quase
adormecendo, ouviu outro barulhinho. Era a margarida tremendo. Ana Maria se
levantou e ficou olhando para a flor. De repente, lhe acudiu um pensamento. Ela
estalou os dedinhos e falou: Já sei o que é! Então, encostou suas mãozinhas no
caule da margarida e beijou com muito carinho as suas pétalas. De imediato, a
flor parou de tremer. E ambas dormiram muito bem a noite toda.
Refletindo com Edu!
A história é para
crianças mas encerra grande ensinamento. Quantas criaturas andam pelo mundo
sentindo o frio do desamor.
O amor é a alma da
vida e ninguém consegue viver sem amor. Da mesma forma que as flores perecem
sem os beijos do sol, as carícias do orvalho e o envolvimento das gotas de
chuva, as vidas sem amor igualmente murcham. Por isso, encontramos, pelas
estradas do mundo, pessoas tristes, pessoas amargas, pessoas que perderam o
viço e a alegria de viver.
Basta, no entanto,
que demonstrações de afeto as envolvam, para que lhes retorne o sorriso e o
brilho no olhar, exatamente como a planta que recebe a bênção da chuva, após período
de seca.
São comuns as
notícias de bebês de saúde frágil vencerem a luta pela vida, graças ao amor de
que são objeto. Amor de pais, de irmãos, de médicos e enfermeiras. Idosos que
são abandonados pelos familiares, mergulham em tristeza, perdendo o gosto por
quase tudo. E a terapia mais genial se chama amor. Amor que se traduz em
atenção, em um aperto de mão, um sorriso, um abraço, que os faz como que reviver.
Tudo isso é muito
natural se considerarmos que fomos gerados por amor, e dele necessitamos para
nossa vitalidade. E, esse mesmo Pai que nos criou, dispôs em cada filho Seu
essa possibilidade de amar, essa força que se renova sem cessar e enriquece, ao
mesmo tempo, aquele que dá e aquele que recebe. Experimentemos o amor.
¹ Fundador e Autor do Blog: Eduardo
Campos, Técnico em Gestão Pública: Pedagogo, Esp. em Docência do Ensino Superior
– PROEJA e Educação em Saúde. Pesquisador do Grupo de Estudo e
Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia-GEPERUAZ/UFPA
² Fonte texto : R M E - com base no livro A margarida
friorenta, de Fernanda Lopes de Almeida, ed. Ática.
Em
13.8.2014.
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